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Contratado do clube há mais de sete anos, Denis sabe da dificuldade que é substituir o principal ídolo da história do São Paulo, o ex-goleiro Rogério Ceni. Com 29 anos, o atual camisa 1 só foi assumir a titularidade da meta tricolor nesta temporada, no ano seguinte à aposentadoria do “Mito”. Questionado sobre a responsabilidade, o arqueiro disse que a missão seria mais fácil se a equipe acumulasse mais resultados positivos, mas prometeu trabalhar dobrado para passar segurança à torcida são-paulina.
“Tem dia que eu acho que ia ser pior, tem dia que eu acho que ia ser melhor, depende da equipe. A única certeza é que se a equipe tivesse bons resultados ia ser mais fácil. Substituir o Rogério é uma missão muito difícil. Por isso tenho que trabalhar dobrado para melhorar e passar confiança pro torcedor debaixo das traves. No decorrer dos jogos, isso vem acontecendo, e estou muito feliz”, analisou Denis, ressaltando a pressão de substituir Ceni à altura.
“Eu sabia que seria muito difícil pelo São Paulo não ter mais um grande ídolo, um goleiro que estava há 25 anos no clube. Eu sofri um pouco no começo, vai demorar um pouco pra passar a pressão, mas estou evoluindo”, assegurou o camisa 1, que viu o ídolo do Morumbi marcar 132 gols e conquistar títulos históricos, como a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes de 2005.
O começo de 2016 não foi nada fácil para Denis. O goleiro provocou a ira da torcida ao falhar em jogos importantes, como nos empates contra River Plate e The Strongest, e a derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, todos pela Libertadores, competição pela qual o Tricolor disputará as semifinais contra o Atlético Nacional-COL.
Denis relatou os momentos mais complicados nesses seis meses como titular e condicionou sua evolução como goleiro aos treinos do dia a dia. “Tiveram jogos que eu cheguei (em casa) muito triste porque eu sabia que não estava rendendo o que podia. Sempre pensei no trabalho, a única forma era trabalhar cada dia mais pra render o esperado dentro de campo. E aos poucos, esse rendimento vem se consolidando e a cada jogo estou me sentindo melhor dentro de campo, estou ajudando mais. A equipe também evoluiu bastante e isso me ajudou”, analisou.
Natural de Jaú, no interior de São Paulo, ainda refutou o rótulo de “goleiro azarado”, principalmente por conta do gol sofrido para o River Plate, em duelo na Argentina. Na ocasião, Denis foi socar a bola após cobrança de escanteio, mas acabou acertando as costas do volante Thiago Mendes, resultando no gol contra, que gerou muitas críticas por parte da torcida tricolor.
“Eu não acredito muito em azar, tiveram alguns lances esquisitos, muito difíceis de acontecer no futebol, mas que acabaram acontecendo. Por isso, esses seis meses foram tão intensos, tive muitas criticas, soube filtrar muito bem as criticas construtivas e isso me motiva ainda mais a vir trabalhar e fazer meu papel dentro de campo”, relatou.
Por fim, o jogador de 29 anos lamentou que os recentes desfalques de Mena, Wesley, Carlinhos e Hudson tenham atrapalhado o processo de entrosamento do São Paulo neste início de Campeonato Brasileiro, que antecede as semifinais da Libertadores, marcadas para os dias 6 e 13 de julho. Após nove rodadas, o Tricolor soma 14 pontos e ocupa a quinta posição do torneio nacional.
“Esses jogos do Brasileiro estão sendo muito importantes, estamos fazendo uma campanha não como a equipe esperava, queríamos estar em primeiro, mas estamos em quinto. Mas para um time que está esperando as semifinais da Libertadores, estamos fazendo uma campanha razoável, na parte de cima. Temos de ter os pés no chão, claro que as lesões atrapalharam um pouco esse entrosamento que o Bauza queria arrumar pra semifinal, mas tenho certeza que ele vai conseguir até os jogos da Libertadores”, concluiu.