Quando entrar em campo neste domingo, às 18h30, no Mineirão, Maicon reencontrará, pela primeira vez, o time que o revelou no futebol brasileiro. No Cruzeiro, o zagueiro que já virou ídolo do São Paulo não completou sequer 90 minutos em campo como profissional, mas foi carrasco de sua atual equipe.
Há quase uma década, em 2007, Maicon tinha apenas 17 anos e era o zagueiro titular do time do Cruzeiro que chegou até a final da Copa São Paulo de Juniores. O rival na decisão foi seu atual clube.
Maicon não era o craque daquele time. O meia Guilherme, hoje no Corinthians, e o lateral Anderson, atualmente no Brasília, despontavam como os mais promissores da geração. Foi o zagueiro, porém, um dos únicos a conseguir algum sucesso no futebol europeu entre todos os jovens campeões.
Naquela final, o Cruzeiro conquistou o único título da Copinha de sua história. Após empate em 1 a 1 no tempo normal, os mineiros levaram a melhor nos pênaltis, aproveitando erro do meia Bruno César, hoje no Sporting-POR. Maicon não cobrou porque foi expulso aos 44 minutos do segundo tempo.
Menos de 90 minutos no profissional
Prestigiado pela conquista, Maicon chegou ao elenco profissional do Cruzeiro ainda em 2007, junto com outros campeões. Só que, se foi um dos poucos da geração a ser relevante na Europa, não se pode dizer o mesmo de sua passagem pelo time principal, resumida a apenas alguns minutos em um clássico.
Na final do Campeonato Mineiro daquele ano, o Cruzeiro foi goleado pelo Atlético-MG no jogo de ida por 4 a 0, no jogo que ficou marcado pelo gol que Fábio sofreu de costas para o lance. Na volta, nem mesmo a equipe celeste acreditava na virada, e diversos jovens ganharam chance de atuar.
Entre os zagueiros da Copinha, o escolhido pelo técnico Émerson Ávila – substituto de Paulo Autuori, que pediu demissão após a goleada da ida – foi Wellington, com Maicon ficando como opção no banco. O titular, inclusive, foi autor de um dos gols da vitória por 2 a 0, que não evitou o título do Atlético-MG.
Maicon só foi entrar em campo na segunda etapa, no lugar do próprio Wellington, naqueles que acabariam sendo seus únicos minutos com o time profissional do Cruzeiro…
De “encostado” a venda milionária
Para o Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro tinha como opções para a defesa os zagueiros Luizão, Gladstone, Leo Fortunato e Thiago Heleno, além de Wellington. Sem espaço, Maicon acabou emprestado para a Cabofriense e retornou em 2008, mas também sem conseguir emplacar.
Em maio daquele ano, Maicon foi incluído em uma excursão do time do B do Cruzeiro, apenas com jogadores que não estavam sendo aproveitados, a Portugal. Na Europa, foram apenas três jogos, mas o zagueiro agradou e acabou emprestado ao Nacional da Madeira. Sua passagem por lá foi só de um ano.
Desta vez, porém, o período curto em um time tem bom motivo: Maicon se destacou em seu primeiro ano e, em junho de 2009, o Porto pagou 1,1 milhão de euros (mais de R$ 3 milhões) ao Cruzeiro por 50% do defensor – a outra metade foi adquirida um ano depois, em negócio que envolveu o argentino Ernesto Farías.
No São Paulo por empréstimo desde fevereiro de 2016, Maicon é apontado como um dos responsáveis pela melhora da equipe tricolor na temporada. Com contrato perto do fim, sua permanência é prioridade, mas a negociação com o Porto ainda se arrasta.