O que acontece com Alan Kardec em 2016?

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Pedro Cuenca

Alan Kardec chegou ao São Paulo em 2014 no meio de uma enorme confusão. Depois de recusar diversos aumentos salariais para renovar com o Palmeiras, o Tricolor negociou com o Benfica e “roubou” o atacante. Em sua apresentação, estava ao lado do então presidente Aidar e ouvia as baboseiras do mandatário. Naquela época, eu achava que o jogador ia sucumbir à pressão e não atuaria em alto nível. Me enganei.

Ainda em 2014, Kardec fez uma ótima dupla de ataque com Alexandre Pato no ano em que o Tricolor foi vice-campeão brasileiro. Com faro de artilheiro, definiu diversos jogos, inclusive as partidas contra o ex-clube Palmeiras e contra o líder Cruzeiro. Foi bem e parecia e que se manteria assim, colocando Luis Fabiano de vez no banco de reservas.

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Chegou 2015 e foi atrapalhado por uma grave lesão no joelho sofrida na partida contra o San Lorenzo. Ficou diversos meses parado e perdeu a confiança, principalmente enquanto a parte política do clube e a equipe sofria com o fraco futebol em campo. Voltou na fase final e decidiu dois jogos, contra Atlético-MG e Figueirense. Parecia estar pronto para ser o titular em 2016. Me enganei de novo.

 

Sérgio Barzaghi / Gazeta Press

Sérgio Barzaghi / Gazeta Press
Kardec preparou, bateu e… errou!

 

Em 2016, porém, o São Paulo decidiu comprar o argentino Calleri para a disputa da Libertadores. Alan Kardec, então, teve que amargar a reserva, mesmo começando como titular os primeiros jogos do ano. Até agora, em junho, ele só marcou um gol (contra o Santos, no Paulista). Pouco, muito pouco para quem deve ser nossa principal opção no ataque no segundo semestre.

Se a questão da perda de qualidade de Kardec foi a chegada de Calleri, algo está muito errado. Não é possível que alguém acabe tão abatido pela contratação de um concorrente. Brigar pela posição é a única postura esperada de um jogador do São Paulo. Os erros ridículos dos últimos jogos causaram resultados ruins ao Tricolor e fizeram com que a torcida perdesse de vez a paciência com o centroavante.

Por mais que Patón dê apoio ao atacante e até mesmo uma sequência de jogos, é necessária uma mudança de atitude do camisa 14, pois desse jeito não dá. São erros imperdoáveis e que não aconteciam até o início deste ano, mas que não podem se repetir no segundo semestre, quando Calleri não estará mais aqui.

O ano de 2016 começou como aquele que consolidaria Kardec no time titular do São Paulo, mas virou a temporada que fez o atacante irritar toda a torcida tricolor. Um fiasco até agora.

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