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Pedro Cuenca
Depois de tanto insistir, Rogério saiu do São Paulo. Vai para o Sport, por empréstimo, sendo que o clube pernambucano comprou 25% de seus direitos. Enquanto muitos preferem chamar Rogério de mimado, eu prefiro ver por outro lado. O atacante saiu do Tricolor em busca de respeito, coisa que deve encontrar no Sport.
Rogério chegou ao São Paulo em 2015. Sem grande destaque, começou na reserva, mas logo chamou a atenção ao marcar gols importantes, mas geralmente saindo do banco durante os jogos. Em toda sua passagem no clube, o ponta pouco começou como titular, não teve uma sequência longa de jogos e em muitas vezes jogou fora de posição.
É compreensível a irritação de Rogério após tanto tempo. Quem nunca perdeu a paciência com um chefe e quis mudar de trabalho em algum momento da vida? A maioria das pessoas, acredito. Jogador de futebol, porém, tem mais visibilidade que todas essas profissões, né?
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Nesse período no Tricolor, Rogério nunca teve sequência. Centurión, seu concorrente na posição, por exemplo, começou várias partidas como titular e teve diversas oportunidades, mesmo jogando pouca bola e irritando a torcida do mesmo jeito. Ambos são fracos, chiliquentos e não vinham bem, mas apenas um deles ganhou mais chances do que o outro, algo muito curioso.
A desculpa de que Rogério não volta tanto para marcar pode funcionar, mas como podemos garantir isso se ele não mostrou tanto na temporada? É uma grande questão, com certeza.
Em alguns jogos desse ano, Rogério ainda foi jogar de meia, na posição de Ganso e que ainda tem Lucas Fernandes e agora Cueva. Na ponta, viu os meninos da base furarem a fila e ganharem mais chances no time, entrando com mais frequências durante os jogos. Tudo bem que Rogério não vinha bem, como contra o Palmeiras, quando foi mal e ainda ganhou uma belíssima bronca de Maicon, mas não podemos nos apegar em um jogo no meio de vários.
Rogério se vai porque se sentiu injustiçado, e talvez tenha sido. Agora vai buscar respeito, uma chance de mostrar seu futebol. Se errou ao forçar sua saída, ainda mais enquanto o São Paulo está numa semifinal de Libertadores, é algo que só o próprio jogador pode avaliar no futuro.
Mimados são aqueles que se acomodam com a mediocridade, não os que brigam para mostrar seu talento. Rogério só quer essa oportunidade.