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Robson Ventura/Folhapress
O São Paulo entrou na reta final da negociação para manter Maicon sem uma definição, com notícias que desanimaram o torcedor, mas o otimismo no clube é mantido. Entretanto, a tarefa de dobrar o Porto (POR) para liberar o atleta é tão árdua que exigirá uma estratégia distante de ser simples. “Sofisticada”, como vem sendo chamada internamente.
Antes de tudo, o São Paulo considera bem possível que a negociação tenha de passar por um terceiro clube. Ainda não é certo se como investidor ou parceiro na aquisição dos direitos de Maicon, só para citar dois exemplos, mas é consenso que o cenário apresenta muita dificuldade para se ter êxito no negócio só com recursos próprios. Pelo menos em termos de garantias.
A esperança é que o diretor-executivo Gustavo Vieira de Oliveira, responsável pela negociação, encontre uma forma de satisfazer os portugueses sem que entre no velho clichê de “fazer loucura”. O dirigente conseguiu sair dos padrões em outras negociações pelo clube recentemente. A saída do atacante Rogério para o Sport é um exemplo. Gustavo conseguiu R$ 2,5 milhões pelo empréstimo de um ano de um jogador que estava insatisfeito.
Maicon está emprestado pelo Porto até 30 de junho (quinta-feira da semana que vem) e os portugueses jogam duro. Com contrato até o meio de 2018 com o atleta, rejeitam um novo empréstimo e pediram alto pela venda: cerca de 10 milhões de euros (aproximadamente de R$ 37 milhões). O São Paulo não consegue arcar com esse valor e já sinalizou com a metade.
Com a vantagem, o presidente do Porto chegou a dizer que não foi foi procurado e que conta com a volta do zagueiro. Não é verdade. O São Paulo possui até um interlocutor em Portugal. Foram várias conversas.
A diretoria tricolor tem a seu lado a vontade do atleta. Maicon já disse várias vezes que seu desejo é permanecer e participa do processo, como prometeu quando chegou. Ele quer, a família quer, a vontade de ser campeão da Libertadores e fazer história o seduz. Teremos final feliz?
OS PLANOS DE GUSTAVO
Pato x Jadson
Diretor executivo do São Paulo teve a ideia do negócio que culminou numa surpreendente troca com o rival Corinthians, em fevereiro de 2014. Na época, Pato estava sem clima no Alvinegro e Jadson sem espaço com Muricy Ramalho no Tricolor. A operação se deu assim: o São Paulo recebeu o atacante emprestado até o fim de 2015 e pagava metade de seu salário (R$ 400 mil) – Pato seguiu com contrato até 2016 com o Corinthians. Jadson, que tinha apenas mais um ano de vínculo, foi liberado em definitivo. As duas partes saíram satisfeitas.
Rogério x Sport
Depois da pressão de Rogério para ser liberado ao Sport, o Gustavo agiu para ficar com 100% dos direitos econômicos e ainda renovar por mais um ano com o atleta, que foi emprestado por uma temporada ao custo de R$ 2,5 milhões. Para chegar à totalidade dos direitos de Rogério, o Tricolor pagará cerca de R$ 600 mil. Em setembro do ano passado, o investimento para comprá-lo do Náutico foi de R$ 1,1 milhão. Ou seja, mesmo repassando 25% ao Sport o lucro será de R$ 800 mil. E o vínculo que iria até 1 de setembro de 2018 agora terminará um ano depois.