O exame confirmou a má notícia que os são-paulinos temiam. Kelvin sofreu uma lesão de grau 2 no músculo da coxa esquerda e ficará fora da semifinal da Libertadores, dia 6, contra o Atlético Nacional, no Morumbi. Sua presença na partida de volta, dia 13, em Medellín, ainda é incerta. E ele não é a única perda de Edgardo Bauza para a posição.
Centurión cumprirá, no Morumbi, seu último jogo de suspensão pela cusparada num jogador do Toluca. Poderá jogar no dia 13. O colombiano Wilder foi liberado antes do fim do empréstimo para retornar ao Toluca, de onde veio o peruano Cueva, que, por ter jogado a Libertadores pelo time mexicano, só poderá disputar o Brasileirão.
Auro e Rogério, outras opções para o setor, foram emprestados ao Sport. Lucas Fernandes lesionou o joelho e só voltará a jogar em 2017. São seis jogadores a menos no momento mais importante do ano. E agora, Patón?
Calma, torcedor! Apenas Centurión, entre todos os citados acima, tinha chances reais de substituir o lesionado Kelvin. As outras opções concretas continuam no elenco. Para atuar nesse setor, Bauza gosta de atletas insinuantes, dribladores, com poder de finalização e que tenham disposição para “fazer o corredor”, ou seja, acompanhar o lateral adversário em seu apoio.
Veja abaixo o que o treinador pode fazer na semifinal:
WESLEY
Não seria a primeira vez que ele jogaria adiantado, pela ponta direita. Isso já foi testado em outras partidas, ou desde o início ou durante o segundo tempo. Em nenhum deles, porém, teve o resultado esperado. O jogador se destaca mais quando atua como volante. Wesley ainda se recupera de lesão e não está treinando no campo.
O que o São Paulo ganharia: qualidade na troca de passes com Ganso e os volantes, e finalização de fora da área.
O que o São Paulo perderia: profundidade para chegar à linha de fundo, finalização de dentro da área, já que Wesley não tem o hábito de fechar na área quando a jogada está na esquerda, e a diagonal que Kelvin faz para abrir corredor à passagem de Bruno.
THIAGO MENDES
Da mesma posição de Wesley, tem a seu favor o fato de ser mais rápido e forte fisicamente. Entretanto, foi bem menos utilizado do que o companheiro nessa posição, o que compromete seu cacoete de ponta. Nesse caso, Hudson e João Schmidt formariam a dupla titular de volantes.
O que o São Paulo ganharia: força física e velocidade na marcação contra um time que tem essas duas características, além de um meio mais combativo.
O que o São Paulo perderia: jogadas de linha de fundo e, assim como Wesley, finalizações de dentro da área, do posicionamento de um atacante.
CARLINHOS
O lateral-esquerdo, desde o ano passado, com Juan Carlos Osorio, passou a ser usado em outras posições. O técnico colombiano gostava dele justamente ali, na ponta direita. Apesar de atuar pelo outro lado, Carlinhos é destro. Isso permite a ele cruzar com as duas pernas.
O que o São Paulo ganharia: a bola parada de Carlinhos já teve sucesso nessa Libertadores. O jogador também tem drible e boa qualidade de finalização.
O que o São Paulo perderia: velocidade na transição da defesa para o ataque e poder de fogo dentro da área.
LUIZ ARAÚJO
O atacante de 20 anos entrou no empate com o Sport e surpreendeu pela desenvoltura de puxar lances em velocidade, justamente no setor de Kelvin.
O que o São Paulo ganharia: talvez seja quem mais se aproxime das características do titular, com poder de cortar para dentro e finalizar de pé esquerdo. Personalidade e juventude poderiam dar um frescor ao ataque do São Paulo, que está previsível no Brasileirão.
O que o São Paulo perderia: experiência, sobretudo. Luiz Araújo jamais entrou em campo pela Libertadores, embora tenha conquistado o título da edição sub-20, em fevereiro. O jogador não está acostumado aos grandes duelos e não tem a percepção tática dos companheiros.
YTALO
O atacante que disputou o Paulistão pelo Audax tem feito bons jogos pelo São Paulo, mas só conseguiu ser decisivo contra o Cruzeiro.
Embora já tenha atuado aberto pela direita em alguns jogos, não é seu setor preferido.
O que o São Paulo ganharia: um homem a mais dentro da área, com poder de finalização, bom passe nas triangulações com Ganso e Bruno, e força na jogada aérea.
O que o São Paulo perderia: velocidade na ponta e noção de marcação ao acompanhar o lateral adversário.
ALAN KARDEC
Numa situação normal, o centroavante seria a primeira opção ou uma das mais cogitadas. Mas sua terrível fase – marcou apenas um gol no ano – torna improvável sua presença. Kardec, desde o início do ano, diz que pode atuar aberto, junto com Calleri. Seria uma boa chance.
O que o São Paulo ganharia: experiência de quem já disputou a Libertadores e jogou na Europa, além de, pelo menos em tese, chegada forte à área e boa jogada aérea.
O que o São Paulo perderia: velocidade para ir ao fundo ou marcar o lateral, mas, no caso do atacante, principalmente a confiança necessária para pressionar o adversário em casa.
CARAMELO
O lateral-direito já entrou na ponta direita, mas apenas durante partidas e com o intuito de reforçar a marcação, jamais desde o início. Não parece a opção mais indicada num jogo em que o São Paulo precisa vencer.
O que o São Paulo ganharia: velocidade e marcação.
O que o São Paulo perderia: praticamente todos os aspectos ofensivos.
Se for sem Maicon para segurar na defesa e sem o Kelvin pra puxar o contra ataque… o time perde muito. Pra vaga do Kelvin, complicado colocar um moleque pouco testado como Luiz Araujo num jogo tão decisivo. Caramelo pouco jogou, mas geralmente entra de lateral direito ou para segurar o lado direito na marcação, não é opção pro jogo inteiro. Kardec sem condições, tá muito mal. Os dois volantes acho que o Bauza só usaria no jogo lá na Colombia, para segurar o resultado. Provavelmente vai com Ytalo.