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Lucas Strabko
Campeão mundial pelo São Paulo, atacante chegou ao Morumbi em carrão “com danone” e viu jogo ao lado do “Patrão” Ceni; ele ainda acha que dá para se classificar
A ressaca de Aloísio Chulapa bateu mais cedo na última quarta-feira. Após chegar ao Morumbi em uma limousine cheia de cerveja, numa ação coordenada pela agência oficial de viagens do clube, o ex-atacante do São Paulo viu o Tricolor ser derrotado por 2 a 0 para o Atlético Nacional, no Morumbi, pela primeira semifinal da Taça Libertadores.
Campeão mundial pelo clube em 2005, Aloísio reprovou totalmente a postura da equipe dentro de campo, principalmente as escolhas de Edgardo Bauza. Após a expulsão de Maicon, Chulapa acha que colocar o lateral Mena na zaga foi errado, afinal Diego Lugano estava no banco de reservas e poderia recompor melhor a defesa.
– Precisava ter mais vontade. O time deixou a desejar. Nós sabíamos que seria complicado, sem o Ganso e sem o Kelvin. Só tivemos o Calleri no ataque, sozinho, sem ninguém para ajudar. Ganso, nosso maestro, não estava ali para ajudar. Na hora da expulsão do Maicon, eu não entendi nada porque o Bauza não colocou o Lugano. Não fazemos, mas também não tomamos. Chega lá e faz 1 a 1. O São Paulo estaria classificado. Falta gente experiente nessa hora para comandar – disse o atacante, que atualmente defende o Sete de Dourados, de Mato Grosso do Sul.
Para Aloísio, a derrota do São Paulo começou na partida contra o Fluminense, quando Bauza decidiu colocar Ganso no início do segundo tempo da partida válida pelo Brasileirão e o camisa 10 acabou lesionando a coxa. O atacante criticou a escolha do treinador.
– Vai na onda das pessoas de colocar o Ganso em um jogo que não precisava. Tendo uma semifinal da Libertadores, por que vai colocar o Ganso? Não tem peças. Deixa os titulares para jogar a Libertadores. Quem não está jogando, coloca no Brasileiro. Não tinha que colocar o Ganso para jogar. Perdemos ali. O Kelvin, quando machucou foi choque, imagina nosso maestro? – disse Chulapa, em visita à TV Globo, nesta quinta-feira.
O atacante absolveu o zagueiro Maicon, expulso após ter dado um tapa em Borja, do Atlético Nacional, aos 28 minutos do segundo tempo, quando o jogo ainda estava 0 a 0.
– Não foi agressão. Ele só empurrou a cabeça. O cara não soltou a bola. Ele foi pegar porque precisava do resultado, fazer o gol. O time estava mais superior. Não é um timaço. Time dos caras é bom, tem transação, toca, passa. Nós não tínhamos nada.
A convite do São Paulo, Aloísio assistiu à partida contra os colombianos em um camarote do Morumbi, ao lado de Rogério Ceni, a quem chama de “Patrão”. O atacante conta que o ex-companheiro estava longe de estar tranquilo.
– O Patrão estava muito nervoso. Saímos tristes por causa da derrota. Em uma semifinal de Libertadores jogar pouco, com a torcida daquela, meu amigo, dá licença. Só perguntei para o Rogério o que ele faria, se trabalharia no São Paulo. Ele falou que no momento não. Quer fazer uma viagem, curtir a família – disse Aloísio.
Sobre a limousine, brincou:
– Estava cheia de danone. Tomei tudo. Cheguei no jogo daquele jeito.
Segundo ele, não foi a primeira vez que foi ao estádio tricolor de limousine.
– Toda vez que venho, o São Paulo manda limousine cheia de danone para ir tomando até o Morumbi.
Na manhã da última quinta-feira, Chulapa visitou o CT da Barra Funda e bateu papo com o amigo Lugano. O uruguaio até convidou o atacante para o aniversário do filho, mas Aloísio tinha um compromisso em um bar paulistano.
– Ele disse que está confiante, que ainda tem esperança. Ele até me deu uma camisa para colocar no meu museu, que tenho lá em casa. Nossa amizade é do coração.
Chulapa encerrou a entrevista se dizendo confiante na classificação para a final da Libertadores. O São Paulo precisa vencer por 2 a 0 para levar a decisão para os pênaltis, por 3 a 0 para se classificar direto ou por dois gols de diferença, desde que faça ao menos três gols (3 a 1, 4 a 2…). O atacante disse como o time tricolor deve jogar:
– Para as coisas acontecerem, tem que partir para cima. Não vai ser fácil. É difícil reverter, mas não é impossível. São Paulo faz gol no começo do jogo, já os deixa com a cabeça atordoada. Segura lá atrás, vai cozinhando, faz mais um e vai para os pênaltis – disse Chulapa.
Vida boa essa de ex-jogador.