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Leonardo Lourenço
Melhor, Tricolor pontua em Itaquera após semana traumática com eliminações e baixas no grupo; empate em tarde ruim dos donos da casa faz Palmeiras disparar
Não foi desta vez que o São Paulo deixou Itaquera com uma vitória, em cinco jogos disputados no local. Mas o empate com o Corinthians em 1 a 1, o primeiro ponto tricolor na casa do rival, tem significado que vai além do resultado e das provocações entre clubes.
A primeira impressão após a eliminação nas semifinais da Libertadores e do pequeno desmanche da equipe – Ganso, Calleri e Alan Kardec deixaram o Morumbi nos últimos dias – é um alento aos torcedores são-paulinos, que viram o time de Bauza melhor do que o de Cristóvão Borges, especialmente no segundo tempo.
Ainda na vice-liderança, mas novamente três pontos atrás do Palmeiras, o Corinthians continua sem mostrar um futebol que espelhe sua situação na tabela. Neste domingo, ataque inoperante, um meio-campo de pouca criação – Giovanni Augusto mais uma vez apagado – e com escolhas ruins de seu técnico levaram a um placar de poucos prejuízos, no fim.
Com desfalques, Bauza manteve o esquema e deu a Ytalo a vaga de Calleri. Cueva, no meio, ocupou o lugar de Ganso e foi bem – criou boas chances, monopolizou as bolas paradas, sofreu e converteu pênalti do gol do São Paulo. Michel Bastos e Centurión atuaram pelos lados, trocando de posição eventualmente.
Danilo foi a única mudança de Cristóvão, que acumulava quatro vitórias consecutivas com o mesmo time, mas Luciano na frente. O veterano, pouco municiado, teve dificuldades e não finalizou uma única vez. Lento, não ajudou a pressionar a saída de bola adversária.
Ele participou, porém, do lance do gol alvinegro. A bola rebatida por Rodrigo Caio acabou na cabeça de Bruno Henrique, que empatou.
O São Paulo forçava a marcação principalmente sobre os laterais corintianos e Rodriguinho, que fazia bom jogo até deixar o campo para o retorno de Elias, de volta após lesão, aos 12 minutos do segundo tempo. Uma troca que coincidiu com a mudança do domínio da partida.
Os visitantes ganharam o meio, avançaram a marcação e se colocaram mais perto da área de Cássio. A pressão, entretanto, resultou em só uma chance real de gol, aos 34 minutos da etapa final, num bate e rebate que terminou com Yago tirando a bola de Hudson no momento final.
Os números apontam: se no primeiro tempo o São Paulo finalizou duas vezes, no segundo foram seis. O Corinthians, que havia errado cinco passes na etapa inicial, falhou em outros 17 na metade final do confronto. A posse, que no intervalo era de 52% a 48% a favor dos anfitriões, terminal equilibrada em 50% para cada no apito final.
Na oitava posição com 22 pontos, quatro atrás do Santos, o quatro colocado, o São Paulo precisa se reforçar para buscar um lugar na Libertadores do ano que vem, e Bauza sabe disso. O Corinthians, ainda perto do Palmeiras, deve continuar, por ora, contrariando as previsões de que seria mero coadjuvante sem Tite – mas um novo atacante (pode ser Pato?) certamente será bem-vindo no Parque São Jorge.
O empate, ironicamente, ficou melhor para os donos da casa, que admitiram superioridade tricolor no final da partida – ou seja, se fosse para ter um vencedor, este deveria ter sido o São Paulo. Mas o 1 a 1 é também um desfecho favorável em uma semana complicada para os são-paulinos. Na próxima rodada, o Corinthians recebe o Figueirense, no sábado, às 16h, na Arena, enquanto o São Paulo vai a Porto Alegre enfrentar o Grêmio no domingo, também às 16h.