Um maestro tido como gênio, mas que não vingou como o esperado no começo da carreira e que acabou também marcado pelos muitos problemas de lesões que teve. A descrição é perfeita para Paulo Henrique Ganso, que chega para ser o grande cérebro de Jorge Sampaoli no Sevilla. Mas também cabe muito bem para outro velho conhecido do treinador: Jorge Valdivia.
Sampaoli terá algo a ‘provar’ com Ganso que já conseguiu ‘provar’ antigamente com Valdivia. Afina de contas, o comandante foi o grande responsável pelo renascimento do ex-palmeirense com a camisa chilena.
Valdivia sempre foi visto como diferenciado. Na seleção, porém, também sempre se envolveu com polêmicas. Chegou a ser suspenso pela própria Federação do país e, mesmo assim, se envolveu em mais confusões.
Quando Sampaoli assumiu o comando chileno, o meia já não aparecia em uma convocação há 16 meses – quase um ano e meio. Mas o treinador fez questão de acreditar nele. Não só o convocou, como deixou um preparador físico incumbido de segui-lo mais de perto. O tornou titular mais uma vez e deu a confiança que ele precisava.
E acabou colhendo os frutos. Valdivia foi o camisa 10 do Chile na conquista então inédita da Copa América do ano passado.
“Sampaoli significa muito para mim. É um treinador que dedicou muito tempo para mim. Serei eternamente agradecido pela paciência que teve, por ter me esperado, por ter me dado confiança. Tivemos sorte de ter um cara como Sampaoli por tanto tempo. Ele nos levou à glória”, disse Valdivia.
O curioso é que, mesmo jogando bem, o meia perdeu mais uma vez seu espaço na seleção com a saída do antigo comandante.
Agora, Ganso tenta seguir passos semelhantes. Sim, é verdade que ele não chega em baixa no Sevilla – pelo contrário, vinha jogando bem com a camisa do São Paulo. Mas também é incontestável que ele não está no ponto que todos esperavam que ele estivesse nesse ponto da carreira.
Sampaoli, porém, acredita nele. E está disposto a repetir o trabalho que já fez com Valdivia para colher os mesmos frutos.