ESPN.com.br
Patrick Mesquita
O torcedor do São Paulo não desejará ouvir o nome de Patricio Polic durante um bom tempo. Árbitro na eliminação brasileira na Copa Libertadores, após a derrota por 2 a 1 para o Atlético Nacional-COL, o chileno teve uma atuação polêmica em Medellín. Só que a partida na Colômbia não foi a única contestável na carreira do juiz, que em 2003 levou um gancho de oito meses e ficou longe de qualquer competição internacional.
Tudo aconteceu em setembro daquele ano, na segunda fase classificatória da Copa Sul-Americana. Polic apitou o jogo de volta entre os chilenos Universidad Católica e Provincial Osorno, e o desempenho foi um desastre.
Primeiro, o árbitro assinalou um pênalti não existente para a Universidad. Depois, ele anulou um gol legítimo do Osorno. O resultado do duelo foi 2 a 1 para a Católica. Como a ida foi 1 a 0 para o Provincial, a decisão da vaga foi para os pênaltis.
Nas penalidades, Polic apareceu outra vez. O goleiro do Osorno defendeu uma cobrança crucial para a disputa, mas o chileno mandou voltar alegando que o arqueiro se adiantou. Na segunda chance, a Universidad não perdoou e conseguiu a classificação.
A polêmica gerou uma grande confusão no gramado, e Polic precisou ser escoltado pela polícia para não apanhar em campo, situação similar ao que aconteceu no estádio Atanasio Girardot, em Medellín.
As lambanças fizeram com que a Conmebol suspendesse o juiz por oito meses, o impedindo de trabalhar em qualquer partida internacional. A recuperação veio apenas com o tempo. Apitando apenas duelos chilenos, Polic “ressurgiu” aos poucos até recuperar o respeito e o status de árbitro Fifa.
Só que uma nova polêmica promete assombrar a carreira do juiz. O chileno teve uma atuação contestável na eliminação do São Paulo na noite da quarta-feira. Primeiro, ele não assinalou um pênalti claro em Hudson no final do primeiro tempo. Depois, expulsou Diego Lugano e Wesley logo após o segundo gol colombiano, marcado por Borja.
Pouco tempo depois do apito final, o presidente do presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, se revoltou e chamou a arbitragem de tendenciosa.
“Sobre ser triste, revoltante sofrer uma desclassificação assim. Um quadro vergonhoso, onde uma arbitragem tendenciosa, toda ela voltada para não permitir um bom resultado, hoje não conseguiríamos em nenhuma hipótese. Quero ressaltar que a despeito e admiração por toda a equipe, pela forma digna e honrada, jogamos com um adversário de muita qualidade. Um adversário que não deu um pontapé porque joga futebol. Mas o que acontece é que quando o jogo desequilibrou lá em São Paulo e aqui eles abriram o resultado. Eu poucas vezes na vida vi um pênalti tão escandaloso”, disse.
Agora eliminado, o São Paulo volta atenções para o Campeonato Brasileiro. No domingo, o time encara o Corinthians, em Itaquera. Os são-paulinos nunca venceram no estádio rival.