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Presidente Carlos Augusto de Barros e Silva interrompe fornecimento de ingressos e ajuda financeira que era dada para as torcidas participarem do Carnaval de SP
O São Paulo anunciou nesta sexta-feira ter rompido com as torcidas organizadas do clube. A decisão se deu após a confusão ocorrida na saída do estádio do Morumbi na derrota por 2 a 0 para o Atlético Nacional, pela semifinal da Taça Libertadores da América.
Cobrado por torcedores e também internamente, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, resolveu cortar os laços com as uniformizadas.
O próprio dirigente admitia publicamente que ajudava a financiar as organizadas, principalmente com ingressos para jogos fora de casa, além de contribuir financeiramente com o Carnaval, já que tanto a Independente quanto a Dragões da Real participam dos desfiles na capital paulista.
Na quarta-feira, a confusão ocorreu na saída do do Morumbi, quando a Polícia Militar tentou impedir que membros de uma facção uniformizada do São Paulo (que nem haviam entrado no estádio) roubassem torcedores comuns e ambulantes.
O choque foi acionado para conter a situação, e inúmeras bombas foram usadas para dispersar a ação violenta. Houve relatos de roubos, furtos, tentativas de espancamento e até de assédio sexual a mulheres.
Em um dos momentos tensos da confusão, inúmeras garrafas foram arremessadas por alguns torcedores do Tricolor. Cerca de 20 policiais ficaram acuados em frente ao portão principal, na Praça Roberto Gomes Pedrosa. Os oficiais da Tropa de Choque responderam com balas de borracha e bombas. No fim, nove pessoas foram detidas e 12 policiais ficaram feridos.
Veja a nota oficial emitida pelo São Paulo
“O São Paulo Futebol Clube vem a público manifestar seu veemente repúdio aos episódios de violência ocorridos no entorno do Estádio do Morumbi, após o jogo da última quarta-feira. Inúmeros relatos e imagens de torcedores e autoridades deixam evidente a associação entre os atos lamentáveis e membros identificados como participantes de torcidas organizadas.
Mesmo sabendo que parte expressiva destes agrupamentos de torcedores é constituída de cidadãos bem intencionados, o São Paulo não compactua, em hipótese alguma, com o comportamento de uma minoria. Nossa intenção é sempre prestigiar o verdadeiro torcedor, apaixonado pelo clube, que merece todo respeito.
Em nome destes torcedores, o São Paulo formaliza que não vai manter mais nenhum tipo de relação com as torcidas organizadas, em qualquer aspecto. Por fim, fará todos os esforços ao seu alcance, junto com as autoridades competentes, para assegurar que cenas lamentáveis como aquelas não se repitam, em respeito à história do Clube e à paixão dos torcedores”.