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Pedro Cuenca
Foi a pior noite possível para o São Paulo, dentro e fora de campo. O título, que a cada passo cambaleante parecia cada vez mais próximo, foi para o espaço. A derrota de 2 a 0 para o Atlético Nacional dentro de casa envolve diversos fatores. O fato é que o golpe foi sentido e será muito complicado reverter a desvantagem.
Gostaria de começar o texto falando do erro de arbitragem. Maicon não merecia ser expulso, apesar de ter vacilado em seu ato. Não precisava, de jeito nenhum, fazer aquilo com o jogador adversário. Minutos antes, os dois já haviam discutido na linha de fundo e ali o colombiano viu uma oportunidade de provocar ainda mais o capitão tricolor.
Vacilo de Maicon ou não, o fato é que o árbitro errou. O lance era para cartão amarelo para os dois, no máximo. Quando ele expulsa um e mantém o outro, sendo que ambos estiveram na polêmica, já é possível ver que não há um critério bem definido. E só adiciona mais uma falha de arbitragem aos inúmeros erros que o São Paulo tem sofrido recentemente.
Independente da expulsão de Maicon, a derrota foi justa. Em campo, o São Paulo mostrou um futebol bem abaixo do que estava apresentando nas fases anteriores da Libertadores. Antes, se o time não jogava bem, compensava na garra e vontade, algo que também não se fez presente no Morumbi nesta tenebrosa quarta-feira.
Durante a pausa da competição, o São Paulo teria um tempo para melhorar no Brasileirão. O que se viu, porém, foi um time que parou de jogar a sério e caiu de forma drástica de rendimento. Jogos apáticos, resultados ridículos e uma posição mediana na tabela, além de ter contratado de forma bem estranha para o restante do ano, mostrando uma total falta de planejamento (de novo).
Mas voltando ao jogo da semifinal, o time sofreu muito com as lesões também. Diversos jogadores machucados, principalmente Ganso e Kelvin, acabaram mudando a forma do time jogar e se posicionar em campo. Wesley, aposta do treinador, não pode ser novamente titular do time. O cidadão não conseguiu acertar uma bola em toda a partida, estragou diversos ataques e marcou muito mal, mas era a opção em meio a um elenco enxuto e com muitos garotos inexperientes.
O time do São Paulo jogou muito mal. Apesar de ter criado algumas poucas chances, voltou a desperdiçar, parando no goleiro adversário. Mesmo assim, foi ameaçado também por um time superior tecnicamente e que precisava de apenas uma brecha para marcar. A brecha foi justamente a expulsão de Maicon.
Por mais que o time tenha sofrido com a expulsão e as mexidas de Patón tenham sido duvidosas, não foi uma noite para o São Paulo. Depois do cartão vermelho, o time se abateu muito e praticamente não tentou manter a bola nos pés, sendo que um 0 a 0 seria um baita resultado naquelas condições.
Por mais que se pregue a esperança, o sonho acabou. Para um time desacreditando, se montando aos poucos, com novo treinador e saindo de uma crise como a de 2015, até que o São Paulo fez milagres, tirou leite de pedra. Agora é dar continuidade ao trabalho e tentar novamente em 2017, pois continuamos esperançosos de que o tetra ainda vai pintar.