ESPN.F.C
Pedro Cuenca
A primeira vez que ouvi falar de Jonathan Calleri foi em 2015. Era um jovem jogador do Boca Juniors marcando um golaço pela equipe argentina. Não ouvi mais sobre aquele atacante por um tempo, então achei que fosse apenas fogo de palha, um menino que fazia um gol bonito e depois voltava a ser coadjuvante, ainda buscando espaço. Até que Calleri foi sondado pelo São Paulo, já no início de 2016, e fui procurar mais sobre ele.
Calleri causava um misto de empolgação e dúvidas nas cabeças dos torcedores. Quem era aquele cara? O que ele poderia fazer para nos ajudar? E, principalmente, como nos conquistaria em apenas seis meses? Inicialmente, o que sabíamos é que o jogador ficaria até o fim de junho porque sairia para um clube italiano e que poderia ficar um pouco mais caso o São Paulo fosse avançando na Libertadores.
A segunda parte aconteceu, o time foi até a semifinal da competição continental. A primeira, ainda não, mas o jogador já se despediu do Morumbi. Foram bom meses do atleta por aqui, com 31 jogos disputados e 16 gols marcados. Alguns podem achar pouco, mas se esquecem das suspensões, dos problemas com o visto e das perdas pessoais que o fizeram ficar de fora de muitos jogos.
Mesmo assim, o São Paulo deve muito a Calleri. Em pouco tempo, temos muitos momentos para lembrar do argentino, como golaço lá no Peru contra o César Vallejo, em sua estreia. Ou a chuva de gols contra o Trujillanos. A raça absurda contra o River Plate nos dois jogos e a partida decisiva no Morumbi, com dois gols. O gol salvador contra o The Strongest, na Bolívia, e sua expulsão injusta. O sopro de esperança na Colômbia, contra o Atlético Nacional.
Calleri marcou 9 vezes na Libertadores, artilheiro isolado da competição até o momento, para os críticos não falarem apenas que marcou contra times pequenos de Paulistão e desmerecer a boa passagem dele pelo Tricolor.
Centroavante nato, Calleri sabe se posicionar, tem faro de gol e decide jogos, além da raça contagiante mostrada em campo. Deixa uma grande lacuna no setor ofensivo do São Paulo. Boa sorte na carreira, fera, seja muito feliz e tenha sucesso! E volte quando possível, os portões do Morumbi estão abertos para você!
Como você mesmo disse quando saiu de seu ex-clube, eu digo agora: ¡Gracias por todo y adiós!