Do UOL, em São Paulo
Reserva, Lugano crê exercer função mais importante que em tri da Libertadores
O torcedor de futebol possui em seu coração apaixonado um espaço nobre, para poucos. É um lugar reservado aos deuses. Quem ali está vira figura intocável. No São Paulo atual, esse local inominável é a morada de Diego Lugano. Para o fanático, pouco importa se ele joga ou não. Ouse criticá-lo para ver. E para Lugano, mais importante do que a crítica especializada, está a opinião do fanático.
A complexa relação de cumplicidade foi construída em anos, lapidada com respeito e glória, e se confunde com a história do São Paulo e de Lugano na Copa Libertadores. Nesta quarta-feira (06), contra o Atlético Nacional (COL), no Morumbi, o zagueiro iniciará a disputa de sua quarta semifinal em quatro participações na competição pelo Tricolor. A diferença é que será a primeira como reserva. Mas e se ele dissesse que nunca foi tão importante quanto na edição de 2016, você acreditaria? Ou que não sabe a data do término de seu contrato e que encerrará a carreira se conquistar o bi mundial no fim do ano? Pode soar inacreditável, mas Lugano parece não se importar: afinal, ele conversa com e para o são-paulino.
Essas e outras afirmações o Dios, apelido dado pelos tricolores, fez em entrevista ao jornal Lance!. O papo no CT foi com a franqueza uruguaia. Lugano disparou contra o que chama de “vestiário Big Brother”, que inibe sua liderança, disse que sua grandeza amedronta dirigente e que Maicon é como ele em campo. E cravou: no dia 27 de julho, estará em La Bombonera disputando a final da Libertadores. Veja os principais trecos:
O torcedor está ansioso para que chegue logo o jogo da Libertadores. O que dizer a eles?
Não tem nada melhor do que o São Paulo voltar a ter essa linda ansiedade, linda expectativa, de voltar a decidir o torneio mais importante da América. É um privilégio voltar a ter essa sensação, angústia de chegar logo o jogo. É uma linda oportunidade de fazer história e temos que aproveitar.
Como chega o São Paulo?
Obviamente, no lado futebolístico, todo mundo sabe que esse mês, infelizmente, não foi muito regular. Problema de contusões, de repetir a escalação. No teórico, não chegamos tão bem quanto gostaríamos. Mas na prática, a torcida verá um time com muita fome de fazer história, de aproveitar a oportunidade. E isso faz diferença no sentimento de quem vai entrar. E tomara que seja suficiente para vencer o melhor time da Libertadores, o Nacional de Medellín.
É sua quarta Libertadores pelo São Paulo e quarta semifinal. A que atribui isso?
Depende de como você queira ver. Obviamente não é fácil. O São Paulo tem essa áurea, esse clima, essa mística de Libertadores e eu também, por ter sido capitão do Uruguai por 12 anos, jogado três eliminatórias, Copa América, Mundial. Aí complemento isso com muitos fatores que ajudam o São Paulo além do futebolístico. Acho até que esta vez, jogando menos, sinto que tive muito mais influência que nas três anteriores, onde eu era quase titular indiscutível. Tem muitos fatores, muita experiência, muita coisa, me sinto mais responsável direto por essa instância até que as vezes anteriores.
Como exemplificar isso?
Não exemplifico. Eu deixo aí (risos).
Sente-se mais importante hoje?
Sim, mais importante. Joguei dois, três jogos importantes, Trujillanos, Atlético-MG, River Plate, depois machuquei. Apesar de ter jogado menos, teve muita coisa que ajuda a formar e a tentar ganhar um torneio tão competitivo, de tantos detalhes, que nem sempre ganha o melhor. Depende de muitas coisas, né?
Não quer dar exemplo porque teme que a crítica entenda mal?
Não quero entrar nos exemplos porque acho que não vale a pena. Não faz sentido. Não aportaria nada. Só fiz um comentário, você me perguntou. São duas etapas diferentes, e acho que se antes foi grande, hoje talvez seja maior ainda. Até porque o clube vem de um ano complicado, muita coisa. Ninguém tem por que saber.
Mas o torcedor do São Paulo gostaria de saber.
Mas sabe o que tem de saber aqui dentro. Aqui dentro quem tem de saber, sabe.
Você foi muito criticado, principalmente antes de ter sequência no Brasileiro. Até que ponto essas críticas o incomodaram?
O dia em que o torcedor do São Paulo me trouxe de volta, automaticamente me transformei em inimigo público de muita gente. Pela figura que sou, que represento, sempre vou estar embaixo da lupa. Um erro meu se transforma por 20 e ninguém vai querer saber quando eu acerto. Primeiro porque vende. E segundo porque não deve ser fácil para muita gente acetar, engolir. Até porque tem jornalistas que são torcedores de outros times. Tem muitos que não são profissionais. Tem muita dor de cotovelo. E também tem muito jornalista que tem uma arrogância tão grande, tão maníaco, para achar que está certo e 18 milhões de torcedores estão errados. É tão engraçado pensar nesse nível de arrogância. Agora o mais importante é o que pensa seu torcedor. Isso é o que marca. Se todo o São Paulo gosta de você. Se você vai à Turquia e todos gostam de você. Se no Uruguai você deixa uma marca histórica. Até sem jogar muito você vira referência. Se no Paraguai em seis meses você vira ídolo. Dentro do clube. Isso é o que marca. O resto ou é para fazer audiência ou… (bate no cotovelo).
Mas acho que você também concorda que a análise do torcedor é só passional.
Sim, sem dúvida. Mas ele (torcedor) sempre acompanha sua carreira, seu dia a dia, muito mais do que jornalista. Quando cheguei ao Brasil, na apresentação, já me criticavam porque dizia que eu não jogava, estava machucado, e não sabiam do meu último ano, da sequência que eu tinha, da recuperação. Torcedor me trouxe de volta porque acompanhou minha recuperação no Reffis, acompanhou minha sequência no Cerro Porteño (PAR), onde virei ídolo. O apaixonado sabe muito mais do time e do jogador, do que você, que tem que abordar um aspecto muito maior, não tem que estar focado no Lugano.
No entanto, ele tem a desvantagem de não poder entrar no CT, acompanhar aqui.
Não está aqui, mas tem acesso a muitas coisas internas, que talvez você não tenha. Porque tem amigo… Sei lá. Eu acho, pelo menos. Acho ridículo e engraçado quando um jornalista com muita arrogância e cinismo acha que está mais certo que 18 milhões de torcedores.
Essa relação forte não pode atrapalhar no grupo, os outros jogadores acharem ruim?
Cada cabeça é uma cabeça. É difícil num grupo de 30 jogadores, ter 30 cabeças iguais. Imagino que no geral, não. Só na experiência ruim que se vê os verdadeiros homens, né? Quando a gente ganha é fácil se abraçar. Aí é onde você vai marcando sua personalidade e seu nome, respeito. Acho que muito mais do que com o jogador, tanto no Brasil ou em qualquer parte do mundo, quando um jogador tem muita moral, muito peso, quem fica sempre com receio é a diretoria. A diretoria muitas vezes tem medo de jogador com muita influência. Se você tem o apoio da torcida como líder e uma visão mais ampla de muita coisa, até notei no começo no São Paulo que ficavam com medo. E depois vai vendo que eu nunca extrapolo o limite de jogador, que quando dou uma dica é sempre para melhorar. Que não utilizo essa força para meu benefício.
E sentiu isso agora?
Pode ser que sim. Você falou de jogadores, eu senti mais da diretoria. Mas normal, totalmente esperado. Impossível não sentir isso. Ainda mais quando sai uma liderança tão pesada como era Rogério Ceni. Era um cara que influenciava muito.
Diziam até que ele intimidava outras lideranças. Como evitar?
No caso do Rogério é inevitável pelo peso que tem dentro do clube, foi histórico tudo que ele fez como jogador. E além disso uma personalidade forte, com capacidade para questionar o que quiser. Óbvio que intimidava. Ninguém pode se aproximar do Rogério. Em nível esportivo, em caráter competitivo, nem no intelectual. Então intimida não só os jogadores. Neste caso, tenho outro perfil, mesmo porque nunca vou ter a influência do Rogério esportivamente. E segundo que meu perfil é outro. Acho bom que todo mundo dê sua opinião, participe. Embora, com a experiência, você fica observando de longe para nada sair de onde você acha que tem de sair.
Como esses aspectos influenciaram no episódio do pacto de silêncio, que vocês discordaram?
Eu era recém-chegado. Mas já havia um problema antigo. Ano passado foi um ano complicado, com atrasos de muitos meses desses jogadores, então havia um desgaste importante. Mas quando vi que perdeu para o Corinthians, perdeu para o The Strongest (BOL), a atitude que estavam adotando os meninos era praticamente uma punhalada em si mesmo. Extrapolar um problema interno que você não cobrou é só para apanhar. É só para que torcida, jornalista, fale m.. para os jogadores. Aqui dentro é igual, sai sangue, mas aqui dentro. Tentei evitar essa consequência e depois se resolveu internamente como tem de ser, com diretoria, presidente.
Qual a ressonância daquele episódio ainda hoje? Porque quem foi da opinião contrária não deve ter achado legal.
No momento foram duas formas de pensar. E acabou. O que virou foi que vazou, esse foi o problema. Não solucionou porque toda a opinião pública ficou sabendo que depois de um resultado ruim, o São Paulo estava insatisfeito com os atrasos salariais dos jogadores. Não foi bom, mas acabou. O problema é que sempre volta maior e incontrolável.
Vi uma entrevista em que você contava como é estranho estar no vestiário com muitas câmeras…
(interrompe). Brigo todo dia com isso. Todo dia.
Briga com isso porque acha que não é o ideal para o futebol?
Não pode ser. Por mais que o torcedor queira ver e vende a parte interna do clube, você perde a intimidade, a cumplicidade com o companheiro, perde o vestiário e até a mística do torcedor imaginar o que está acontecendo. Acho que é uma cagada. Você incentiva algo como o Big Brother, que é algo surreal, falso. Você está me filmando agora. Não estou falando com você agora como falaria com a câmera desligada. Ou você fica mais introvertido ou vira ator de cinema. E acho isso engraçado no Brasil porque todo time tem. É muito superficial, mentiroso. Talvez algum torcedor acredite ainda. É o mesmo quando há dez dirigentes no vestiário. O que você vai falar? Nada é autêntico, de cumplicidade, como deveria ser.
Então é uma imagem superficial?
P…, 1000%! Acho até engraçado. Torcida ainda acredita nisso? (Pergunta ao assessor de imprensa do São Paulo). No primeiro mês acredita, depois de seis meses vê que é uma mentira. É o mesmo quando há dez dirigentes no vestiário. O que você vai falar? Se há uma câmera sem dúvida. Nada é autêntico, de cumplicidade, como eu acho que deveria ser.
E com essas mudanças de dez anos para cá, o quanto você teve de mudar seu modo de liderar?
Bastante. Você tem que ir se adaptando, respeitar também o que é a máquina do clube. No vestiário do São Paulo é onde menos se pode falar. Porque se você fala, amanhã sai em todo lado. Às vezes me sinto constrangido. Para nós, mais velhos.
Mas você também tinha reações efusivas. Há relatos de você pegando jogadores pelo pescoço.
Pode ser, às vezes. Mas não era pelo tema futebolístico. São por questões mais sérias do que errar ou não um lance. É algo moral.
Mas então fica mais difícil para fazer as coisas.
Sim, vai mudando, até porque hoje sou maior, me veem com outros olhos, outra dimensão. Então até para falar tem que ser mais precavido. Tudo que eu faça pode ser mais intimidativo ou até prejudicar de outra maneira alguma pessoa dentro do clube. É outra etapa.
Hoje, é impossível então imaginar o Lugano cobrando o vestiário como em 2005? A gente sabe que era forte.
Primeiro que é impossível porque o vestiário é um Big Brother. E segundo que eu não era de cobrar muito o vestiário. Era sempre quando fazia falta. Não era de cobrar resultados, erros. Só ficava e ainda fico nervoso com falta de comprometimento. O erro, ao contrário. Lembro que na época, o Danilo (meia atualmente no Corinthians) era criticado e eu era o primeiro a apoiá-lo, diante da torcida, imprensa, no jogo. Porque era um cara comprometido, sério.
Imaginava que quando assinou contrato e o São Paulo tão mal, poderia chegar às semifinais?
Entre no Youtube e veja. O que eu falava era isso. Depois que pegou o The Strongest…
(Interrompe). Contra o The Strongest, você disse que a situação complicou porque ganhar na altitude era mais difícil do que ganhar do Real Madrid no Santiago Bernabéu.
E que na Libertadores iríamos passar de fase. E o São Paulo passando, iria decidir. Como estamos definindo, entre os quatro melhores da América de novo. Acho que tem alguma especial que faz com que o São Paulo consiga isso. Embora venha dos anos mais difíceis de sua história, e não podemos perder o foco disso. Tem muita coisa que acontece que ainda é consequência do que passou, transição. Então chegar nessa Libertadores é um sossego do São Paulo como instituição.
Nesse ponto, como você avalia o trabalho da diretoria?
Se você ver friamente, o São Paulo este ano deve ter sido o time que menos investiu no Brasil. Porque não tinha, e está disputando coisa importante, gerando renda importante. Os poucos que trouxeram, todos deram certo. Mesmo sendo ano de transição, de rejeição econômica, time está se mantendo competitivo e ajustando a questão financeira. Está tudo sério, arrumado. O São Paulo voltou a ser um clube com respeito, salário, tudo em dia. Tem palavra, se fala, se discute, tudo como tem que ser. Voltou a ter um clima normal. Para o São Paulo essa harmonia perfeita sempre foi normal. Agora vejo o São Paulo fiel à sua história.
A despedida do Rogério Ceni ano passado reuniu toda a história do clube. Acha que isso influenciou os jogadores de hoje? Aquele dia foi o início da trajetória?
Muitos dos meninos novos me fizeram esse comentário. Poxa, que legal que foi, que lindo, que legal seria fazer parte disso. Esse tipo de ato como o de Rogério mostra um pouco e solidifica o que é o São Paulo. E convida o garoto a dizer que quer isso. Esse é o começo da glória, fundamental. Não adiantar eu falar, você tem que querer isso. Ele tem que falar: eu quero aquilo. Eu posso falar, mas sai dele, não se transmite.
Você tem mais um ano de contrato…
(interrompe). Nem sei, um ano, seis meses. Na verdade não sei. Vou semestre por semestre. São Paulo disse que precisava, se não precisar mais vou embora. Pode ser daqui seis meses, uma semana. (Lugano pergunta ao assessor do São Paulo até quando vai seu contrato).
Por que não sabe?
Com 35 anos, no São Paulo, você vai semestre a semestre. Eu vim aqui porque o São Paulo me chamou. Antes, eu achava difícil voltar, por toda a história que eu tinha, achava que era muito delicado, era muito mais fácil de romper do que crescer. Até o momento que o São Paulo disse que precisava de mim. O Rogério se foi, momento ruim, a torcida achando que eu poderia apoiar. Se precisam, eu vou. Amanhã não precisa mais? Pego minhas coisas e vou embora.
O que ainda tem para fazer aqui no São Paulo?
Ser campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro.
E planos de fora de conquista, a importância fora de campo.
Sempre tem alguma coisa. É.. Gostaria que São Paulo continuasse o perfil de Raí, de Rogério. Mesmo de Pintado. Estou dando exemplo de jogadores vitoriosos, líderes, mas também de caráter, lealdade que identifica o São Paulo. Mesmo que os outros torcedores não gostem. Então gostaria que o São Paulo com minha presença voltasse a ser um clube harmonioso, profissional, sério, com compromisso, lealdade. Não sei se vai vencer ou não, mas vai ficar mais perto de vencer. E o torcedor mais identificado com o time do coração.
Neste ponto, dá para dizer que o Maicon é a imagem que o torcedor queria de você e dos que você citou?
Acho que sim. Maicon encaixa um pouco mais com minha imagem. Rogério e Raí são outro tipo de jogadores, de pessoas. Mas talvez um pouco com meu perfil. Além disso, um jogador que ainda é novo. Tem quatro ou cinco anos para jogar no São Paulo, muito importante. Já mostrou a valia dele, acho que o São Paulo fez muito bem em contratá-lo. Pelo futebolístico e também pela auto-estima da instituição, que nos últimos anos foram complicados pelo nível financeiro, e poder falar assim, também posso ficar com um jogador. E se ele fosse embora, o choque seria muito mais que futebolístico, seria para auto-estima do clube, do torcedor.
Ele é o Lugano que está jogando então?
Ele é ele. Tem sua trajetória, seu caráter. Mas sem dúvida, me identifico muito com a maneira dele jogar, de sentir o jogo, sentir a vitória, a derrota.
Nas redes sociais, seu filho fala muito do São Paulo. Ele deseja jogar aqui?
Duas coisas: primeiro que sou anti redes sociais. Mas fiquei sabendo até que ele fez umas brincadeiras no começo, até dei uma dura nele. Não gosto dessas coisas.
Brincadeira com Lucão?
Ah, não, isso se fizer o mato. Sabia do Palmeiras, Corinthians. Ah, eu mato! Eu mato! Não sabia dessas. Agora, eu mato! Pior ainda!
O jornalista vai se sentir mal.
P… merda! Agora eu mato! (Risos). Não gosto. Se eu não tenho esse perfil, sou respeitoso. A maneira de gostar do São Paul, é tratar de ganhar dos rivais e respeitar. Não engulo essa de xingar os rivais pra ficar bem com a torcida e depois acontecer as coisas aqui. Não acredito nesse tipo de jogador. É muito fácil, xingo Palmeiras, xingo Corinthians, Santos, e depois não estou nem aí. A torcida gostou. Esse tipo de jogador comigo, não. Não acredito.
Ele ainda não é jogador, mas é daí que tem de dar exemplo?
Claro, se ele gosta do São Paulo é por minha história. Eu tenho um perfil, e minha família tem que respeitar. Ainda mais meu filho. Embora seja adolescente, tem que sentir essa responsabilidade também.
Ele quer jogar no São Paulo?
Ele está no Uruguai, jogando no Defensor. Primeiramente tem que estudar. Futebol é muito difícil, você não desestimula como pai. Mas também não faz projeções malucas. Mas fiquei puto com essa do Lucão. Vou matar ele. Folgado do caralho! (risos).
Já que você fala tanto do torcedor e tem essa relação. Vou fazer uma pergunta enviada por um torcedor. Como é perder do Corinthians?
(risos). Não sei ainda. Não sei ainda. Mas eu tive sorte. São 13, 14 jogos, também com Palmeiras. Na Turquia, de 15 clássicos perdi um. Contra a Argentina, que é mais time que nós (Uruguai), acho que joguei cinco, seis, venci quatro e perdi um. É estatística, mas não me bato no peito, não me considero vencedor por ganhar um jogo, me considero vencedor por coisas muito maiores do que isso.
Vai encerrar a carreira no São Paulo?
Essa era a minha ideia em princípio. Mas como falei, amanhã o São Paulo pode falar que não vai mais precisar, dizer obrigado por tudo, por ter ajudado. A relação com a torcida vai ficar igual.
Quantos anos projeta ainda?
Voltamos à mesma (risos). Semestre a semestre.
Pode ser que pare no fim do ano, então.
Se somos campeões do mundo, para no fim do ano. Se somos campeões, venho do Japão, comemoro e vou para o Uruguai tomar chimarrão. Isso sem dúvidas. Mas é semestre a semestre. Tem o tema familiar, que é algo particular. Se a família quer também um pouco de raiz, residência. Tem de ir semestre a semestre.
Ganhando a Libertadores, o São Paulo tem chance de ganhar do Real Madrid?
Olha, a gente não ganhou em La Paz, mas empatou, né? Então, não há dúvida de que qualquer equipe europeia é mais hoje que qualquer sul-americana porque tem os melhores no melhor momento da carreira. Mas são 90 minutos e óbvio que pode acontecer, ainda mais com o São Paulo, que vai para vencer. É pressão, incentivo para você conquistar algo
Dia 27 de julho…
(Interrompe). Bombonera!
É a final da Libertadores. Então, estará na Bombonera. Mas como titular ou reserva?
Depende. Essa você pergunta ao Patón! (risos).