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Pedro Cuenca
A pausa da Libertadores tinha algumas funções importantes para o São Paulo: recuperar jogadores lesionados, entrosar a equipe e dar chances a jogadores pouco utilizados ou jovens que estavam subindo ao time principal. Muita coisa aconteceu, momentos bons e ruins, mas o Tricolor não conseguiu cumprir a maioria das coisas que se esperava. Um ponto, no entanto, aconteceu e temos que exaltar Patón por isso.
Com poucas opções e muitas vezes jogando com time reserva, o treinador argentino acabou encontrando duas peças que podem ser fundamentais para o Tricolor nos próximos meses, talvez até anos: Lyanco e Luiz Araújo.
O zagueiro não é tão novo no elenco tricolor, pois já fez até partidas em 2015, mas sem grande destaque. O seu potencial, porém, sempre foi gigantesco. Com calma, o São Paulo trabalhou bem a cabeça e os fundamentos de Lyanco e hoje ele é outro jogador, muito mais completo e com chance de brilhar com a camisa do clube.
Se o Porto queria tanto o zagueiro, é porque potencial e talento ele possui. O time português raramente falha nas suas contratações de jovens atletas. Contra o América-MG, um golaço que lembrou o de Breno, contra o Santos, em 2007. Que seja o primeiro de muitos para ele e que a alcance logo a titularidade do time, principalmente se Rodrigo Caio sair mesmo.
A outra boa descoberta foi Luiz Araújo. Campeão da Libertadores sub-20, inclusive fazendo gols importantes, o meia-atacante demorou para ganhar o time profissional do São Paulo. Enquanto via alguns de seus companheiros chegarem ao topo da escala, ele foi emprestado para disputar o Paulistão pelo Grêmio Novorizontino. Suas boas atuações ajudaram a equipe do interior a quase se classificar para a fase de mata-mata. Apesar do time não ter passado, ganhou destaque e moral no Tricolor.
Em sua volta, ficou tímido no banco de reserva e era pouco relacionado. Luiz ainda precisa aprender a soltar a bola em alguns momentos, levantar a cabeça e procurar os companheiros. Isso é normal para um jovem jogador e logo ele vai melhorar, principalmente com os conselhos de Patón Bauza. Luiz Araújo era uma das opções para começar contra o Atlético Nacional no Morumbi, mas estranhamente não foi nem relacionado para o jogo.
Na partida contra o América-MG, jogou bem, arriscou muitas finalizações com qualidade e deu uma assistência para Alan Kardec no terceiro gol. Diria, sem medo de errar, que foi o melhor em campo e o principal responsável pelo resultado positivo. Melhor que Centurión ele tem tudo para ser, fazendo com que saia na frente por uma vaga no time titular. E sem Kelvin, ainda machucado, poderia ganhar mais oportunidades.
O São Paulo continua sendo um celeiro de bons jogadores. Mas diferente de anos anteriores, precisamos dar mais chances a eles. Começar com Lyanco e Luiz Araújo é uma boa maneira de fazer isso dar certo.