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Bruno Thadeu e Pedro Lopes
Em uma ação incomum no futebol brasileiro, a Prefeitura de Mogi das Cruzes entrou na Justiça contra o São Paulo e a organizada Independente, cobrando uma indenização de R$ 5,1 milhões por uma briga entre torcedores ocorrida no dia 17 de janeiro deste ano, na partida São Paulo 4 x 0 Rondonopólis, pela Copa São Paulo de Juniores.
Na ação, a prefeitura cobra R$ 100 mil da organizada, e R$ 4,6 milhões do São Paulo – isso a título do que chama de “indenização social”, que tem o objetivo de impedir que os fatos se repitam no futuro. Além disso, são cobrados R$ 68 mil de danos materiais ao estádio, e mais R$ 331 mil de danos à imagem da cidade.
O argumento para incluir o São Paulo na cobrança é uma acusação de que o clube paulista financia as atividades da organizada. Para isso, se baseia em vários pontos: o uso do escudo em seus sites e produtos; uma entrevista do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva à Folha de S. Paulo, na qual ele afirma que precisa “fazer algumas concessões” às organizadas e faz menção a repasse de ingressos.
“Se o clube sabe que a torcida tem um histórico violento, ela não pode continuar financiando. Se o São Paulo financia, ele está, portanto, assumindo riscos dos atos das entidades que financia”, declarou o advogado Filipe Carvalho, da prefeitura de Mogi das Cruzes.
Além disso, a prefeitura ainda pede que torcedores organizados do São Paulo sejam proibidos judicialmente de frequentar qualquer evento esportivo na cidade. O São Paulo e a Torcida Independente anda não foram citados na ação, que corre na Vara da Fazenda de Mogi das Cruzes.
A confusão
No dia 17 de janeiro, torcedores do São Paulo entraram em confronto com policiais no intervalo do jogo do time do Morumbi contra o Rondonópolis, válido pela quarta fase da competição. A briga seguiu durante o segundo tempo e a polícia militar precisou agir com bombas de gás lacrimogênio para dispersas os torcedores.
O estádio de Mogi estava lotado; cerca de 3 mil torcedores ficaram do lado de fora. Torcedores que estavam dentro do estádio tentaram abrir os portões. Houve invasão, causando a confusão generalizada.
Carros, corrimões, vidros, catracas eletrônicas, lixeiras, e a bilheteria foram danificados.