“Morumbi, jogai por nós”, diz a torcida tricolor

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UOL

Menon

Estádio lotado tem sido grande arma do São Paulo na Libertadores, através dos tempos

Estádio lotado tem sido grande arma do São Paulo na Libertadores, através dos tempos

Em 1966, após vencer Bulgária e perder para a Hungria, o Brasil, bicampeão mundial, estava próximo de ser eliminado na Copa do Mundo da Inglaterra. A esperança era negra e tinha quatro letras. A salvação dependia dele, apenas dele. E o Diário da Noite trouxe a manchete eterna, fruto da genialidade de Edgar de Barros. “Pelé, jogai por nós”. Cabia a ele, o Deus da Bola, nos salvar. Como futebol não é religião, perdemos por 3 a 1.

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A dependência não é tão grande, mas a relação é válida. “Morumbi, jogai por nós”, podem dizer os são-paulinos. O velho e belíssimo estádio pulsará, tremerá, vibrará e jogará. Serão mais de seis dezenas de milhares de pessoas gritando e empurrando o time à vitória. Virá? Não se sabe. O que se sabe é que, se o Morumbi não jogar, ela será quase impossível.

O Morumbi precisa jogar para:

superar as lesões de Ganso e Kelvin

superar as lesões de Mena e Hudson (já curadas?)

superar a inércia da diretoria que teve 45 dias para repor perdas e que completou a lista dos 30 com alguns garotos e Ytalo.

superar a falta de poder ofensivo

Mas não adianta 70 mil jogarem e 11 não renderem.

Não acredito nisso. Vejo o São Paulo com capacidade de fazer sua parte em campo, do mesmo modo que a torcida fará a sua, fora dele.

A ausência de Ganso deve ser suprida com um jogo mais forte de transição pelas laterais do campo. Criou-se o mito de um Ganso lento, quase estático, fazendo lançamentos como Gérson. Não existe. Ou, existe raramente. O melhor Ganso é o que dá ritmo ao jogo, que faz a bola girar e que também sabe acelerar o jogo.

Sem ele, o jogo é diferente.  O São Paulo precisa muito das duplas Bruno/Thiago Mendes e Michel Bastos/Mena. Pelos lados é que deve pressionar o Nacional. Precisa também da aproximação alternada de Hudson e João Schmidt. Hudson é mais força e Schmidt, mais técnico, com bom passe e capaz de lançar.

Se Maicon jogar bem, como tem jogador, se Denis colaborar, como não tem colaborado, se Calleri mantiver a sina de artilheiro, ainda há o que fazer. O Nacional joga muito bem. Fora de casa, venceu Huracán, Sporting Cristal e Peñarol. Guerra, o venezuelano, tem muita qualidade técnica. Bocanegra é ótimo, Armani é bom goleiro, Marlos Moreno tem muita força e habilidade pelos lados do campo.

Mas o Morumbi estará contra eles. E o Morumbi anda batendo um bolão.