Chamar técnicos de ‘professor’ é uma tática das mais conhecidas do futebol mundial, mas só alguns realmente podem ser chamados assim. E Reinaldo Rueda, técnico do Atlético Nacional-COL, rival do São Paulo na semifinal da Copa Libertadores, é um desses. Substituto de Juan Carlos Osorio no clube colombiano, o treinador é um verdadeiro tutor.
Nascido em Cali, Rueda, hoje com 59 anos, se dedicou aos estudos esportivos desde cedo. Formado em educação física e pós-graduado na Escola Superior de Esportes na Alemanha, ele chegou a ser instrutor na Escola Nacional de Treinadores, licenciada pela Fifa.
O profundo conhecimento da modalidade permitiu passagens importantes pela seleção colombiana, em 2006, e dois trabalhos de respeito ao classificar Honduras para a Copa do Mundo de 2010 e o Equador para a de 2014.
Rueda chegou ao Atlético Nacional em 2015, logo após Osorio assinar com o São Paulo. O desafio de substituir um técnico considerado “revolucionário” no país não foi nada fácil, mas o trabalho surtiu efeito. Em pouco tempo, o treinador manteve o clube forte e fez uma campanha sólida até a semifinal do torneio.
Por falar em Libertadores, o “professor” tem certeza de que o título continental pode ser o principal feito da carreira. A convicção vem de uma comparação com a Uefa Champions League. Rueda não pensa duas vezes antes de cravar que a competição sul-americana é mais difícil do que a europeia. A revelação foi feita em entrevista ao Correio Braziliense, realizada em maio.
“A Libertadores é mais difícil. Embora muita gente discorde, é um torneio de altíssimo nível, mais desgastante devido às distâncias, às viagens. Isso é um fator que faz com que tenha um maior grau de dificuldade em comparação com a Champions League”, analisou.
Carinho por telê e “previsão”
Como todo estudioso sul-americano, Rueda tem vasto conhecimento sobre o futebol brasileiro e seus treinadores. Apesar de ter o ex-técnico da seleção espanhola, Vicente Del Bosque, como principal influência, o colombiano tem um carinho especial por Telê Santana. O trabalho feito pelo ídolo são-paulino na Copa do Mundo de 1982 foi marcante na vida do comandante do Atlético Nacional.
“Telê Santana é a maior referência do futebol brasileiro. Aquela seleção brasileira da Copa do Mundo de 1982, na Espanha, é uma das melhores que vi jogar”, disse.
Agora, Rueda terá a chance de testar tudo o que aprendeu em uma fase aguda de Libertadores e contra um time que teve grandes conquistas sob o comando de uma de suas maiores inspirações. E, acredite, o colombiano confiou no São Paulo antes do que muita gente. Na entrevista ao Correio Braziliense, realizada antes do duelo tricolor contra o Atlético-MG, o técnico do Atlético Nacional foi firme ao dizer que o tricampeão da América era o melhor brasileiro na Libertadores.
“Sem dúvida nenhuma, o São Paulo. Evoluiu. É um time que está mostrando organização, futebol coletivo. Por causa disso, individualidades como as de Calleri e Ganso estão se sobressaindo”, destacou.