Saiba o que o São Paulo viu em Gilberto, próximo reforço do ataque

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Preocupada com “efeito cascata” na raça do time sem Calleri na frente, diretoria vê no centroavante espírito lutador e condição de brigar por vaga. Gols? Estão no pacote…

Alexandre Lozetti – Globo Esporte.Com

Gilberto chicago fire (Foto: Agência Getty Images)

Gilberto deve ser anunciado nos próximos dias pelo São Paulo (Foto: Agência Getty Images)

Gilberto. Muitos são-paulinos torceram o nariz quando leram que o ex-atacante de Santa Cruz, Internacional, Sport, Vasco e Chicago Fire (Estados Unidos) estava sendo contratado. Principalmente porque associaram à saída de Calleri. O GloboEsporte.com já explicou que não se trata de reposição.

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Mas, afinal de contas, por que Gilberto?

Embora o que se espere de um centroavante, primordialmente, seja gols, não foram apenas eles que despertaram o interesse dos departamentos de análise e de futebol do São Paulo.

A saída de Calleri preocupa a comissão técnica não apenas por seus 16 gols – artilheiro do clube na temporada até o momento –, mas também pelo “efeito cascata” que ele provoca em toda a equipe ao pressionar os zagueiros adversários de maneira assustadoramente intensa.

O argentino dá piques curtos, de total explosão, o que exige muito do aspecto físico. Na visão dos dirigentes e do técnico Edgardo Bauza, esse combate inicial praticamente obriga o restante do time a atuar com a mesma disposição. Rogério Ceni também dizia isso com frequência. Se o centroavante for combativo, os outros 10 jogadores são contagiados. Calleri era exemplar.

Alan Kardec, substituto imediato do argentino, também tem por característica atrapalhar a saída de bola do adversário, mas, por biotipo físico, de outra maneira. Ele acompanha, incomoda, mas não é capaz de tiros tão curtos de velocidade intensa como era Calleri, por exemplo.

No processo de observação, Gilberto foi visto como um jogador que, além de capacidade para fazer gols, tem esse perfil de luta. As vezes até exagera. É alguém que incomoda a zaga rival a ponto de fazê-la “quebrar”, expressão popular para os chutões dos zagueiros quando são pressionados pela marcação ofensiva.

Bauza São Paulo (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
Fã do uso de centroavantes, Bauza espera ter três no elenco durante o Brasileirão (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Além dele, o São Paulo quer mais um centroavante de mais nome, maior currículo, para disputar posição com Gilberto e Kardec. A ausência de “camisas 9” no mercado queima os neurônios da diretoria, que estudou nomes estrangeiros como Marcelo Larrondo, do Rosario Central, Nico López, emprestado pelo Udinese ao Nacional do Uruguai, e Milton Caraglio, do Tijuana.

No esquema tático do Patón, o centroavante é fundamental. Há duas semanas, depois de dar uma entrevista ao GloboEsporte.com, a reportagem o questionou sobre a utilização de Centurión na posição: por que ele jamais havia voltado a atuar como “9” depois de exercer a função com tanta precisão diante do Toluca, nas oitavas de final da Libertadores.

Com um maroto sorriso, Bauza respondeu: “Porque nós temos 9”.

Com luta e gols, Gilberto, terá, a partir do momento em que assinar contrato, a missão de conquistar a torcida e, quem sabe, ganhar uma musiquinha como era “Toca no Calleri que é gol”.