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Pedro Cuenca
Dia 13 de julho de 2016. Aqui acaba a Libertadores do São Paulo. Sim, aquela que nem imaginávamos chegar no ano passado porque 2015 foi um ano estranho, com crise política, time jogando muito abaixo do esperado, constantes trocas no comando técnico e despedida do grande ídolo. Quando 2015 terminou, o pesadelo se aproximava do Morumbi e parecia ser pouco agradável.
E sim, foi difícil, foi suado, foi complicado. Enquanto alguns torcedores de um certo time da capital gostam de bater no peito para dizer que eles são sofredores, os são-paulinos é que estão sofrendo dia após dia, há alguns anos. Eles ganham tudo de bandeja, sem problemas, sem emoções, frios como a arena que habitam.
É verdade, eu bati muito em você, São Paulo. Mas não venha me dizer que não mereceu. Você começou a Libertadores sendo covarde, brigando para não fazer feio quando deveria brilhar, ser grande e se impor contra os adversários. O tempo passava e a gente parado fazendo cena para o público rir. Me desculpa, meu amor, mas as paixões são tontas. Eu me excedi e agora cedi. Assim é a vida.
Encaramos uma derrota na estreia em casa. Jogamos de igual contra o então campeão. Nos classificamos na fase de grupos de forma heroica. E quando pensávamos que todos os milagres já estavam gastos, você nos deu mais. Vencemos o forte Toluca com autoridade e fazendo Centurión jogar bola. Encaramos o Atlético-MG de frente e eles continuam acreditando porque é só isso que sabem fazer.
Notaram quantos milagres no caminho? Perceberam a superação do time nesses meses de competição? Quanto mais caídos estávamos, mais fortes levantávamos. Se não deu contra o Atlético Nacional, é porque o time colombiano é muito superior ao nosso e isso se chama futebol. A arbitragem pesou nos dois jogos, é verdade, mas mesmo assim o São Paulo lutou bastante, algo que não víamos há um tempo.
Nem por isso a torcida do São Paulo deve baixar a cabeça.
Estamos nos reconstruindo. Temos um técnico de verdade. O time está mais unido do que nunca. Há um conjunto de líderes no elenco. Jovens garotos estão despontando com vontade de brilhar no clube e acredito que ainda vão nos dar muitas alegrias.
Depois de tantos tropeços e de tantas superações, o torcedor deve se orgulhar do São Paulo. A apatia se foi, o futebol apareceu em muitos momentos e o time foi gigante até onde deu. Foram meses incríveis de Libertadores contigo, São Paulo, e eu quero que seja sempre assim.
Obrigado, São Paulo, eu sou chato e cascudo, muitas vezes corneta. Mas eu sei reconhecer quando o time se esforça ao máximo por um objetivo. Não deu, fica para a próxima. Estaremos todos lá te apoiando do primeiro ao último minuto.