Súmula não define violência de Maicon em expulsão e ‘questiona’ rigor de gancho

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ESPN.com.br

Patrick Mesquita

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Sálvio: São Paulo foi prejudicado nas principais decisões da arbitragem nas semifinais

Os três jogos de suspensão aplicados a Maicon pela expulsão no primeiro jogo contra o Atlético Nacional-COL podem ter sido um exagero do Comitê Disciplinar da Conmebol. Quem deu margem a esta interpretação foi o próprio árbitro do duelo, Mauro Vigliano. O ESPN.com.br teve acesso à súmula feita pelo argentino após a partida do dia 6 de julho. No documento, o juiz dá a entender que o defensor não teve conduta violenta.

“Aos 73 minutos, expulsei o jogador número 27 local, Sr. Maicon Roque Pereira, por aplicar um tapa a um rival com a palma da mão aberta, sem ocasionar nenhum dano ao rival, com o jogo parado”, aponta um trecho do texto.

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De acordo com a nova orientação da International Board, que entrou em vigor há menos de dois meses, todo atleta que acertar um adversário na cabeça ou rosto com a mão ou braço deve ser punido por conduta violenta. A determinação, no entanto, abre exceção em caso de pouca força utilizada.

“Ademais, se o jogador que, sem estar disputando a bola, golpeia deliberadamente um adversário ou qualquer outra pessoa na cabeça ou rosto com a mão ou braço, é culpado por conduta violenta, a menos que a força empregada seja mínima”, aponta a parte que trata das medidas disciplinares da regra 12 do livro da International Board.

Vale destacar que a súmula é a base para o julgamento da entidade nas punições. Assim, levando em conta o texto do árbitro, a análise do comitê disciplinar para definir que Maicon mereceu levar três partidas de gancho pode ter sido exageradamente rigorosa. A suspensão aplicada deixaria o atleta fora até mesmo dos dois jogos decisivos, caso o São Paulo se classificasse.

Além disso, o documento pode sugerir que a interpretação do próprio Mauro Vigliano foi exagerada no lance. Um dia após o episódio, o comentarista de arbitragem dos canais ESPN, Sálvio Spinola, afirmou que não expulsaria o zagueiro por entender que a intensidade foi leve.

“Eu não expulsaria. Entendo que a intensidade foi leve, mas o Maicon deu motivo. Vendo a imagem, eu daria cartão amarelo”, afirmou.

A súmula branda e o rigor do gancho tornam subjetiva a forma como a entidade analisa os casos. Diferentemente do que acontece no Brasil, o julgamento é completamente fechado e não abre brecha para que sejam divulgados os critérios utilizados pelos responsáveis.

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O lance

Maicon foi expulso no segundo tempo da partida por ter colocado a mão no rosto do atacante Borja quando tentava pegar a bola para cobrar uma falta e acelerar o jogo, já que o placar naquele momento apontava o empate sem gols.

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O árbitro 

Vigliano pertence ao quadro da Fifa desde 2013 e possui uma grande polêmica na carreira. Em 2014, ele prejudicou o Boca Juniors no clássico contra o River Plate e foi punido pela Associação de Futebol Argentina. Na ocasião, o juiz viu mão inexistente de Fernando Gago, do Boca, e assinalou um pênalti para o River. Além disso, aplicou o cartão vermelho ao jogador de forma injusta.