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Marcelo Hazan
Presidente do São Paulo põe relação na balança e começa a ver mais ônus do que bônus. Torcedores relatam momentos de terror no estádio após derrota na semifinal
Cresce no São Paulo uma corrente a favor do rompimento do clube com as torcidas organizadas, principalmente depois do episódio violento da última quarta-feira, após a semifinal da Taça Libertadores, no Morumbi, contra o Atlético Nacional (derrota por 2 a 0).
O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que nunca escondeu que ajuda a financiar as uniformizadas, agora cogita quebrar esse laço. Entre os dirigentes, a posição é quase unânime a favor do rompimento.
Leco tem ouvido de pessoas do clube de que se distanciar das torcidas é a atitude certa a ser tomada. Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, em janeiro, ele admitiu ceder ingressos e ajudar a financiar o carnaval das organizadas.
Segundo a Polícia Militar, a confusão começou porque membros da Torcida Tricolor Independente tentaram roubar torcedores comuns e ambulantes na saída do Morumbi. O choque foi acionado para conter a situação e inúmeras bombas foram usadas para dispersar a ação.
Durante a madrugada e nesta quinta-feira, são-paulinos relataram nas redes sociais ter vivido momentos de terror no Morumbi – desde o início do jogo, para entrar no estádio, e principalmente na saída, quando ocorreu o conflito. O público da partida foi de 61.766 pessoas.
Consultado pela reportagem, o São Paulo disse repudiar o episódio violento da última quarta-feira, no Morumbi, e prometeu acompanhas os desdobramentos (veja abaixo).
Em nota no seu site oficial, a Independente disse não ser responsável por tudo e que há quadrilhas especializadas em roubos de celulares e carteiras. A direção da torcida se colocou à disposição para averiguar os responsáveis pelo episódio de violência.
A PM informou na última quarta-feira que 12 policiais ficaram feridos, nove pessoas foram detidas e três torcedores foram atendidos no ambulatório do estádio.
– Pelas imagens, foram torcedores da organizada Independente que estavam do lado de fora do estádio. Eles pegaram garrafas e começaram a jogar na torcida que estava saindo. Começaram a agredir e furtar torcedores comuns. Assim começou a confusão. Começou no Portão 6, e posteriormente se dispersou para frente do estádio. Há vários policias que tomaram sutura, um foi atingido na perna por um rojão – disse o tenente-coronel Gonzaga, responsável pelo policiamento no estádio.
Veja a nota do São Paulo sobre as brigas na saída do Morumbi:
“O São Paulo está acompanhando atentamente os relatos das autoridades e dos torcedores que estiveram no Morumbi, lamenta profundamente e repudia qualquer manifestação que envolva violência, como a ocorrida ontem nos arredores do estádio do Morumbi.”