ESPNFC.com
Caíque Toledo
Depressivos,
Edgardo Bauza se foi, ok, paciência, perdemos esse aí. Agora que já passou a hora de reclamar, chorar, xingar, seja lá qual for sua opinião sobra a saída de Patón, já é tempo de pensarmos em quem será o novo técnico do São Paulo. É óbvio que, como a saída do agora comandante da Argentina já era discutida há alguns dias, a diretoria já deve ter alguns nomes na manga e até já feito uma ou outra proposta por aí. O intuito dessa postagem é apenas jogar alguns nomes na mesa, que poderiam manter a pegada que vimos no Tricolor este ano, e com um elo em comum: todos são estangeiros.
Falo em trazer outro gringo porque, convenhamos, tivemos bons dias com Osorio e Bauza. Cada um com seus problemas, mas importantes cada um de seu jeito e que deixam a impressão de que está mais do que na hora de os clubes brasileiros continuarem a investir no mercado de fora — obviamente, principalmente o Sul-Americano.
Hoje, convenhamos, poucos nomes empolgam no futebol brasileiro. Para excluir os empregados na Série A, os nomes de sempre seriam cogitados: de Abel a Luxa. Apoiaria, talvez, uma aposta em Micale, mas é algo que não parece ter chances de acontecer. Deixar Pintado no comando também está fora de cogitação — é assunto pra outro post, mas, de tão importante em seu cargo, não pode ser colocado em outra função.
Sendo assim, vamos a alguns nomes que poderiam ajudar o Tricolor nesse duro momento. Com a ajuda do amigo @Strauher, seguem dez nomes que, independente da dificuldade de chegarem ao Morumbi, seriam opções interessantes para o São Paulo.
Os ideais
Fernando Jubero
Primeiro: lembram, ano passado, quando aquele diretor do Corinthians deu ‘graças a Deus’ por enfrentar o Guarani do Paraguai nas oitavas da Libertadores? E lembram que rolou uma coisa chata em Itaquera depois, né? Então, o técnico dos paraguaios era Fernando Jubero, que hoje treina o Olimpia. O espanhol só treinou os dois times na curta carreira, mas, apesar de não ter títulos conquistados, me parece saber montar boas equipes. É difícil, também, porque foi vice do apertura paraguaio e agora lidera o clausura, mas a tentativa é válida. Foi especulado por aqui no ano passado, principalmente pelo estilo parecido com Osorio, e deu entrevistas dizendo que treinaria o Tricolor. Creio que ainda vamos ouvir falar muito bem de Jubero, e que poderia ser por aqui.
Eduardo Coudet
Outro excelente treinador. Apesar de ter apenas dois anos na função, ambos comandando o bom time do Rosario Central, Coudet me parece ter ótimos valores. Do que assisti dos argentinos nessa Libertadores (também eliminados pelo Atlético Nacional, mas deixando o Palmeiras pra trás na primeira fase e eliminando o Grêmio nas oitavas), pude ver bons proveitos da parte tática, e um padrão bem definido: toque de bola rápido, um dois, pressão na saída de bola e objetividade. É um estilo um pouco diferente de Patón, mas que acho que teria tudo para funcionar conosco. Sabemos que o nome foi sondado dentro do clube, mas não é fácil: o Rosario é dos negociadores mais difíceis da América. Pra mim, vale um esforço.
Reinaldo Rueda
Esse nós conhecemos bem. É o técnico do forte Atlético Nacional, campeão da Conmebolzão Libertadores deste ano. Aos 59 anos, o treinador não tem lá muitos títulos (além do continental, só ganhou uma liga colombiana, também com o time verde), mas tem no currículo alguns trabalhos interessantes, recuperando a Colômbia nas eliminatórias pra Copa do Mundo 2006, classificando Honduras pra Copa de 2010 após 28 anos fora da competição e levando o Equador pra Copa aqui no Brasil. Além disso, lembra bastante estilo teórico e inteligente do Osorio (saudades, profe), que acredito que teria feito um excelente trabalho conosco se tivesse mais tempo — não à toa, Rueda substituiu o próprio Osorio no Atlético Nacional e colocou o time no topo da América. Claro que o sonho do Mundial de Clubes deve seduzir o colombiano a ficar mais tempo nos verdolagas, mas um projeto bem planejado do São Paulo pode ser um desafio interessante, nem que seja para o ano que vem. Em 2016, são 43 jogos, com 24 vitórias, 12 empates e só sete derrotas, com 78 gols marcados e 36 gols sofridos. Seria meu favorito.
Os alternativos
Facundo Sava
Esse é estranho até pra mim. Confesso que não havia pensado em Sava ao primeiro momento, e só fui atrás de informações porque o pessoal aqui do ESPN.com.br apurou que o treinador foi procurado. Atual treinador do Racing, fez uma Libertadores bacana antes de ser eliminado pelo Atlético-MG, mas o currículo é pouco: sem títulos, treinou também Quilmes, O’Higgins, Unión Santa Fe e San Martín. Aber, como já diria nosso amigo Patón.
Gustavo Munua
Sabem lá em cima, quando falei da coisa chata™ que rolou em Itaquera na Libertadores do ano passado? Então, na desse ano também aconteceu algo parecido, e o algoz do rival foi o Nacional, do Uruguai. O treinador dos caras era Gustavo Munua, ídolo lá da época de jogador, e que se aposentou dos gramados no ano passado, passando direto para o comando técnico da equipe. Tem apenas 38 anos e treinou apenas o próprio Nacional, mas também gostei muito do que vi na Libertadores (foi eliminado, nos pênaltis, pro Boca Juniors). Foi sondado pelo Cruzeiro no primeiro semestre, e acho que poderia ser uma tentativa pelo estilo de jogo que mostrou com os uruguaios.
Paulo Bento
Ok, chegamos no ápice do alternativismo. O treinador português, demitido do comando do Cruzeiro esses dias, também poderia estar entre os alvos. Os resultados foram horríveis, não vamos mentir, mas o material humano dos caras era sofrível também. Mesmo perdendo mais do que ganhando, o Cruzeiro dele foi a segunda equipe que mais criou chances no Campeonato, e, apesar de umas escalações loucas, alguns bons valores foram notados. Seria estranho depois da passagem por Belo Horizonte, mas uma alternativa válida.
Diego Cocca
Aqui está o homem que tirou o Racing da fila de títulos na Argentina em 2014. Pegou um time que vinha de campanhas decepcionantes, e, com um futebol bem pragmático mas de resultado, conquistou uma difícil taça. E lembrem-se: se tem alguém que fez o São Paulo pagar R$ 14 milhões no Centurión, este é Cocca, que tirou do projeto de jogador argentino seu melhor futebol. Parado desde que deixou o Racing, foi até cogitado para comandar a própria Argentina, e, por não ter vínculo algum, seria barato. Não é o melhor dos mundos, mas, se quisermos alguém com as mesmas ideias e planos de jogo de Bauza, este é o treinador certo.
Os impossíveis
Manuel Pellegrini
Falemos de quem sabemos que dificilmente viria pro Brasil, mas que, porra, pra não ter que trazer Luxemburgo, vale a pena pelo menos um telefonema. Pellegrini acabou de deixar o Manchester City e, antes, fez boa carreira na Espanha. Foi aqui na América do Sul, no entanto, que teve boas conquistas: títulos na Argentina, no Equador e no Chile. Esses dias, deu uma entrevista pra um jornal inglês falando que se não tiver nenhuma proposta interessante pode até aposentar, porque quer algum desafio. Quer mais desafio do que vir pro Morumbi agora, amigo?
Marcelo Bielsa
Ok, o mundo vai acabar e vamos continuar falando de Marcelo Bielsa. Sim, ‘El Loco’, o cara que foi confirmado como treinador da Lazio no mês passado e, dois dias depois, desistiu da parada. Parado desde que deixou o Marseille, ano passado, é outro que podia receber o projeto e pensar “caralho, isso sim é loucura, vou pra lá”. Como eu disse ano passado, quem sabe a loucura é tanta que o cara não aceita vir treinar Bruno e Carlinhos só pela zoeira?
André Villas-Boas
Aqui está um eterno sonho de consumo da diretoria tricolor. Sondado pelo Aidar (cruzes) em 2015, o eterno auxiliar de Mourinho está sem clube desde que deixou o Zenit o início da temporada, e já disse que também quer algo diferente. Deve ser difícil, especialmente pelo preço, um telefonema para o treinador de 38 anos não faria mal algum — a imprensa portugesa disse que Villas-Boas estaria na mira do Tricolor.
Se os números de Bauza foram ruins, o espírito e a garra que ele trouxe ao São Paulo no primeiro semestre foram o principal. Aquele time acomodado e nem aí pra nada começou a não gostar de perder, a ficar puto com qualquer errado, a dar o sangue um pelo outro. É esse tipo de pegada que temos que manter se quisermos sonhar com algo ainda esse ano. Com titulares comuns e um elenco reduzido, nossa maior chance é tentar algo na Copa do Brasil, e, pra isso, temos que continuar a ser um time copeiro. Como Patón fez.
Acredito, também, que a diretoria tentará algum gringo mesmo. Pela fórmula já ter dado certo, pela falta de opções no mercado brasileiro, que seja. Não sendo algo extremamente impensável, acho que a decisão será apoiada pela torcida. No momento vivido pelo São Paulo, precisamos de todos os esforços de time, comissão técnica, diretoria e torcedores. E, agora, um estrangeiro deve ser a principal alternativa para voltarmos ao caminho certo. Vamo San Pablo, carajo.