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Yan Resende
Na despedida de Bauza, Tricolor não joga bem novamente e deixa cenário um pouco mais preocupante para comandante que assumir para o restante do Brasileirão
Bauza deixa o São Paulo colocando uma interrogação preocupante na cabeça do torcedor: quais as pretensões da equipe para o segundo semestre? Na despedida do treinador, que passará a comandar a seleção da Argentina, o Tricolor não jogou bem mais uma vez. A derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG , na última quinta-feira, fez a luz amarela ficar ainda mais forte no Morumbi.
Diante de um dos elencos mais qualificados do Campeonato Brasileiro, ficou evidente que o atual grupo do São Paulo precisa ser reforçado – como foi frisado por Patón em diversas ocasiões. Assim como no empate contra a Chapecoense, não faltou disposição. Mas o time não teve qualidade para buscar ao menos igualar o placar desta vez.
O começo da história do jogo mostrou que poderia ser diferente. Andrés Chávez, uma das novidades do São Paulo para o restante da temporada, confirmou sua principal característica. Logo aos dois minutos, o “chuta-chuta” percebeu Victor adiantado, emendou a bomba do meio da rua e encobriu o goleiro do Galo. Golaço no Morumbi.
Para manter o resultado, o Tricolor bem que tentou manter a bola no campo de ataque, mas não soube controlar a posse. O Atlético-MG sequer precisou pressionar para balançar as redes.
O empate saiu logo aos 10 minutos. Buffarini deu o bote errado, e o Galo tocou de pé em pé. Fábio Santos para Fred, que teve tempo de dominar e encontrar Maicosuel livre no lado direito. O meia bateu cruzado, sem dar chances a Denis.
A virada também não demorou muito. Aos 19, Robinho carregou a bola pelo meio, deixou com Lucas Pratto, que viu Buffarini se atrapalhar ao tentar fazer o corte, e bateu no ângulo. Mais um golaço no Morumbi para colocar o time mineiro à frente do placar.
Os gols pouco alteraram o cenário. O São Paulo seguiu com mais presença no ataque, porém faltava repertório ao time escalado por Bauza. Sem Cueva, o treinador preferiu jogar com três volantes, deixando Wesley mais avançado para armar a equipe. O jogador, no entanto, tinha dificuldades de jogar para frente.
Os toques de lado, os recuos para a zaga e até os lances individuais começaram a irritar a torcida. Kelvin bem que tentou encontrar espaços, mas ficou isolado na maior parte das vezes. Michel Bastos, um dos principais alvos da arquibancada, perdeu a chance mais clara.
Se estava difícil trabalhar a bola pelo chão, o São Paulo apostou nas jogadas pelo alto na volta do intervalo. Mesmo contra uma zaga alta, formada por Leonardo Silva e Erazo, o Tricolor passou a levar vantagem. Em cabeçada de Maicon, Victor viu a bola desviar em sua defesa e precisou operar um de seus milagres no jogo.
O goleiro voltou a trabalhar bem no lance seguinte, em chute cruzado de Chávez, contou com a sorte quando soltou nos pés de Thiago Mendes e o volante não chutou para o gol. Já aos 40, Victor fez mais uma bela defesa no desvio de cabeça de Luiz Araújo, livre na pequena área.
Como já havia feito contra a Chapecoense, Bauza usou tudo o que tinha à disposição. O São Paulo terminou o jogo mais uma vez com quatro atacantes em campo (Kelvin, Chávez, Luiz Araújo e Pedro Bortoluzzo). Mais uma vez cansou se perder chances. Mais uma vez faltou qualidade para buscar o resultado.
Na saída de campo, Hudson e Maicon evidenciaram a preocupação. O Tricolor precisa urgentemente começar a somar pontos no Brasileirão. Depois de cair mais uma posição na tabela, agora 11º colocado, a equipe que ainda não tem comandante definido vê a distância para zona de rebaixamento ser a metade do caminho para a liderança.
O caminho do próximo treinador será árduo, para cima ou para baixo da tabela.
Fica difícil apostar em um time que tem o Wesley como responsável por armar as jogadas.
Com a saída do Ganso não temos um armador e esse Daniel, além de viver machucado ainda não mostrou nada que justificasse a sua contratação.
Realmente o caminho será muito árduo e esse ano pra mim já foi para o SP, com esse elenco não há expectativa de se ganhar nada. Pior que se não houver ou continuar a reformulação essa será a base para 2017, complicado e preocupante o futuro do meu tricolor.