Buscar o empate depois de sair perdendo por 2 a 0, com apenas 11 minutos de partida, poderia deixar boa impressão, certo? Nem tanto.
Diante do novo recorde de público do Brasileirão, o São Paulo não fez boa partida no Morumbi. Certamente não faltou vontade, mas ficou evidente a falta de recursos do elenco, e o Tricolor sofreu para empatar em 2 a 2 com a Chapecoense.
Ao longo de sua carreira, Edgardo Bauza consolidou trabalhos que ganharam destaque pela consistência defensiva de suas equipes. O São Paulo treinado pelo argentino não é diferente. Neste domingo, porém, algumas falhas acabaram por comprometer a atuação tricolor.
Depois do jogo, o treinador até tentou minimizar as falhas, afirmando que a prioridade é melhorar sua equipe da metade para a frente. A verdade, no entanto, é que os erros na defesa logo nos minutos iniciais custaram o resultado.
Na primeira chegada da Chapecoense ao ataque, aos cinco minutos, Martinuccio recebeu com espaço dentro da área, Lugano não conseguiu cercar o adversário, que fez o cruzamento na medida para Kempes. Maicon marcou a bola, enquanto o atacante se movimentou bem e testou firme para o fundo da rede.
O gol silenciou o Morumbi lotado, e o Tricolor sentiu o baque. Na segunda descida da Chape, Hyoran sofreu falta na ponta esquerda. Cléber Santana cobrou falta em direção ao gol, Thiego ganhou de Maicon pelo alto e ampliou a vantagem catarinense.
O São Paulo se perdeu em campo. Sem Gilberto (machucado), Bauza escalou Centurión como centroavante. A ideia era ter um ataque veloz para envolver a zaga adversária. No desespero, o Tricolor alçou 13 bolas na área ao longo do primeiro tempo sem completar nenhuma para o gol.
A opção pelos cruzamentos pode ser reflexo das características da equipe. Bruno e Carlinhos apareciam sempre nas pontas, dando apoio a Kelvin e Michel Bastos. Cueva também caía pelos lados. Não havia ninguém, porém, para centralizar as jogadas do São Paulo.
Nas raras vezes em que a opção foi colocar a bola no chão, Centurión se destacou. O argentino foi bem (novamente) na função de centroavante. Isolado, teve velocidade para sair da marcação. Com o apoio, soube fazer bem o pivô. Aos 36, por exemplo, escorou para Thiago Mendes, que quase marcou de fora da área.
Bauza percebeu que precisava mudar radicalmente a equipe. No intervalo, sacou o volante Thiago Mendes e promoveu a estreia de Andres Chavez. Mas o Tricolor ainda não estava suficientemente ofensivo. Aos 15, o atacante Luiz Araújo entrou na vaga de Carlinhos.
Neste momento, o meia Michel Bastos foi deslocado para a lateral, Cueva fez a função de segundo volante e quatro atacantes se distribuíram na linha de frente. A blitz deu resultado: Cueva recebeu de Centurión pela direita, tirou da marcação e bateu rasteiro para descontar.
O São Paulo passou então a atacar de qualquer maneira. Bauza ainda sacou Kelvin, desgastado fisicamente, e colocou Pedro Bortoluzzo para ter referência dentro da área. Desta forma, Centurión ficou pela direita, Luiz Araújo na esquerda e Chávez mais centralizado.
O técnico fez tudo o que tinha em mãos, mas a falta de criatividade e qualidade era evidente. O gol de empate não veio em jogada trabalhada. Num dos muitos cruzamentos na área da Chape, a bola bateu no braço de Josimar, e o juiz deu pênalti. Cueva bateu bem e empatou o duelo.
Se a esperança era finalmente embalar nos cinco minutos finais para virar a partida, o que aconteceu foi o oposto. Desorganizado, o Tricolor perdeu o gás e já não tinha mais jogadores para marcar. Aí apareceu Denis. Bruno Rangel e Hyoran tiveram duas oportunidades claras, mas pararam no goleiro do São Paulo.
Pela história do jogo, o ótimo público que compareceu ao Morumbi teve motivos para comemorar após o apito final. Mas o saldo não é tão positivo. Edgardo Bauza precisou fazer de tudo – e mais um pouco – para buscar um empate contra a Chapecoense no Morumbi.
E o G-4 é visto cada vez mais de longe…