globoesporte
Yan Resende
Elenco pede “vergonha na cara” para reação imediata após série de resultados ruins e nega problemas extracampo entre os jogadores. Torcida volta foco aos dirigentes
A crise chegou ao Morumbi. A derrota para o Juventude, da Série C do Brasileiro, por 2 a 1, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, expôs problemas em todos os setores do São Paulo. O relacionamento entre os jogadores já é colocado sob dúvida, enquanto a diretoria chegou a ser cobrada pela torcida e também pelo elenco.
Na saída do estádio, parte dos seis mil torcedores que foram ao jogo se aglomerou no portão principal para protestar contra a má fase do time. Os principais alvos nem eram os jogadores, apesar das duras críticas a Carlinhos. Gustavo Vieira de Oliveira, diretor-executivo, e o presidente Leco foram os mais xingados.
Leco, aliás, preferiu não falar após a derrota em casa – já são quatro jogos consecutivos sem vitória no Morumbi. O presidente, visivelmente chateado, saiu calado, mas recebeu cobrança. Ainda no campo, Maicon disse que o momento é para a diretoria intervir. Depois, com a cabeça mais fria, o zagueiro tentou explicar sua declaração (veja no vídeo acima).
– O momento é de união, tem que passar por todos do clube. Está na hora de o elenco sentir o peso da camisa do São Paulo, ter vergonha na cara – enfatizou Maicon.
O defensor também desabafou em relação às avaliações de seu desempenho nos últimos jogos. De acordo com ele, não é apenas o Maicon que não é o mesmo do primeiro semestre. O time inteiro do São Paulo mudou e precisa reencontrar o caminho para o restante da temporada. Mas o que mudou tanto?
– Não sei. Eu também queria ter essa resposta aqui, nesse momento, pois seria mais fácil para reverter a situação – respondeu Hudson, um dos líderes do elenco.
Até o relacionamento entre os jogadores já é colocado sob dúvida. Após o jogo, Buffarini e Lugano tiveram longa conversa ainda no gramado do Morumbi, enquanto o restante do elenco já estava no vestiário. Se os dois demoraram a chegar, Bruno e Wesley saíram rapidamente, também calados.
Em sua entrevista coletiva, Ricardo Gomes disse que não vê problema extracampo, mas também deixou aberta a possibilidade de estar errado. A certeza é que o treinador, que deixou o Botafogo na luta contra o rebaixamento, terá um trabalho talvez mais árduo pela frente no Morumbi.