LANCE
Érico Leonan / saopaulofc.net
Protestos, pedidos, cobranças e promessas… A noite da última quarta-feira foi terrível para o São Paulo. Após péssima atuação diante do Juventude, no Morumbi, pela Copa do Brasil, alguns jogadores tentaram buscar explicações e a torcida, no exercício de seu legítimo direito, protestou em frente ao estádio depois do apito final. Clima ruim e noite que terminou também com a manutenção da “gringodependência” tricolor. No revés por 2 a 1, quem marcou foi o argentino Andres Chavez. Tendência, já que os últimos 9 gols “falam” espanhol…
Um gol do argentino Jonathan Calleri (ainda na semifinal da Copa Libertadores, contra o Atlético Nacional, na Colômbia), quatro do peruano Cueva (todos no Campeonato Brasileiro) e mais quatro de Chavez (em seis jogos pelo clube) são os últimos nove gols marcados pelo São Paulo. A última vez que brasileiros balançaram as redes pelo Tricolor foi na 14ª rodada do Brasileirão, contra o América-MG, quando Alan Kardec, duas vezes, e Lyanco fizeram o placar de 3 a 0, no distante dia 10 de julho.
Na derrota desta quarta para o Juventude, Cueva e Chavez deram mostras dos motivos que levam à “gringodependência”. O peruano, embora ineficaz, pediu – e pegou – a bola a todo momento, em busca de soluções para o meio-campo tricolor. No primeiro tempo, quando mais esteve em ação, não conseguiu achar espaço no setor ofensivo, mas, mesmo assim, manteve a avidez por ter a redonda nos pés e participar das jogadas. O baixinho chegou a discutir com Chavez para ver quem batia uma falta próxima à meia-lua. “Ganhou” a disputa e cobrou para fora.
O argentino Chavez, por sua vez, seguiu “faminto” por gols. Marcou seu quarto em seis partidas pelo São Paulo. Boa presença de área e oportunismo. Nesta quarta-feira, inconformado com o placar adverso, deixou a área e foi buscar a bola mais atrás e também pelos lados do campo em vários momentos da partida. Chegou a tentar até um cruzamento em busca do segundo gol. Para marcar o seu de cabeça, contou com preciso cruzamento de Carlinhos.
O “sentir a camisa” não parou por aí. Depois da derrota, o uruguaio Diego Lugano permaneceu sentado no banco de reservas do Morumbi ao lado do argentino Julio Buffarini. Os dois conversaram por ali por alguns minutos e só deixaram o gramado depois que todos os jogadores já haviam saído. Ao Sportv, o lateral recém-chegado afirmou que é preciso “ter caráter” para atravessar o momento conturbado.
Em três partidas pelo São Paulo, o que não faltou a Buffarini foi disposição e entrega dentro de campo. Entre erros e acertos, o camisa 18 mostrou que pode ser muito útil ao time nos próximos meses. Nesta quarta-feira, porém, foi barrado da equipe titular para a entrada de Bruno. No banco, mostrou enorme incômodo com o momento do clube.
Em 11º na tabela do Campeonato Brasileiro, o Tricolor Paulista somou apenas cinco dos últimos 15 pontos em disputa e não vence há dois jogos – três se computada a derrota desta quarta, pela Copa do Brasil. Contra o Juventude, a missão agora é fazer no mínimo dos gols para sonhar com uma vaga às quartas de final. Antes disso, a primeira missão é vencer – e convencer – diante do Coritiba, no domingo, no Morumbi, estádio onde não vence há quatro partidas.