Jardine era ideal, mas Ricardo é boa opção ao São Paulo

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ESPNFC.com

Caíque Toledo

Getty Images
Seis anos após a saída…

 

Depressivos,

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Já era esperado depois das notícias dos últimos dias, e, neste sábado, o São Paulo anunciou a volta de Ricardo Gomes ao comando técnico da equipe. Seis anos depois de sua primeira partida como Tricolor, o treinador assume o time em um momento muito diferente do vivido naquela época, e, apesar de dividir opiniões, tem tudo para ser uma boa aposta para nós.

 

Para começar: diante do que temos disponível no Brasil, Ricardo Gomes é uma das melhores opções. Apesar dos anos afastado como treinador, por conta de um grave problema de saúde, na última passagem por aqui o treinador mostrou bons valores, e, depois de um início irregular no Botafogo, melhorou o time nas últimas rodadas, mesmo com um elenco limitadíssimo.

 

No São Paulo, Ricardo encontrará um time ainda meio perdido após a eliminação nas semifinais da Libertadores, mas que, aos poucos, vai se reerguendo – e o interino André Jardine tem muitos méritos nisso. Com o novo treinador, a tendência é que o time se mantenha organizado e com uma defesa mais sólida, o que por muitas vezes nas últimas temporadas se tornou nosso maior problema.

 

Mesmo com o time reagindo bem ao comando de André Jardine, que já conhece todo mundo e fez um grande trabalho na base, a diretoria achou melhor realizar uma contratação. Assim, Ricardo Gomes foi a bola da vez e, se não era o ideal, pelo menos é uma boa saída.

 

Como costume aqui no ESPN FC, convidei o amigo Pedro Chilingue, botafoguense do blog Preto no Branco, para falar um pouco sobre nosso novo treinador.

 

O traíra do Ricardo Gomes chegou ao Botafogo sob muita desconfiança da torcida e de grande parte da imprensa – tanto por estar há 4 anos afastado do futebol quanto pelas sequelas físicas visíveis deixadas pelo grave problema de saúde que teve. Assumiu o time em um momento delicado na Série B, mas venceu a turbulência e, aos trancos e barrancos, conquistou o acesso de forma até tranquila – mas sem brilhar.

 

Em 2016, tudo mudou; voltou das férias com um novo esquema tático que impressionou. Num 4-4-1-1 com duas sólidas linhas de 4, o fraco elenco tornou-se competitivo e fomos bem no Carioca. Já no Brasileiro, onde o nível de exigência é bem maior, teve problemas. Nas últimas rodadas, já vinha sendo muito criticado pelos botafoguenses. Abandonou o esquema e deixou transparecer que alguns acertos, talvez, tenham sido mera sorte.

 

Ao São Paulo, resta descobrir qual Ricardo se apresenta: o do primeiro semestre ou o do segundo. Com um elenco melhor, pode ser que volte às boas.

 

Diante das palavras, continuamos com o esperado: é uma aposta de risco, mas válida para o Tricolor.

 

O lado ruim da volta de Ricardo Gomes pode ser o momento atual do clube. Em sua primeira passagem, por mais que estivessemos perto da zona de rebaixamento e ele tenha nos levado a brigar pelo título até o fim, vinhamos de três títulos brasileiros seguidos e o momento era muito bom – tanto que, depois, também fomos às semifinais da América. Agora, apesar das recentes mudanças de Jardine, o time ainda está em período de reformulação e não teremos tempo para experiência. O risco é alto.

 

Por outro lado, Ricardo tem um perfil de bom relacionamento com os atletas, sabe trabalhar com a base e com estrangeiros, e, tantos anos depois, parece ter melhorado em relação ao que foi aqui – que, no geral, já não foi uma passagem tão ruim. Com um estrangeiro descartado justamente pelo pouco tempo que teria para trabalhar e as fracas opções no mercado, pode valer a pena ao São Paulo.

 

Eu referia manter Jardine. Querido pelo elenco, conhece o time como ninguém e estava ajustando. Como a diretoria achou por bem ir atrás de outro, terá nosso apoio. A tendência é que a escalação seja semelhante, com a linha de três volantes que ambos gostam de usar. E com Pintado por perto, confio em qualquer escolha. Não será possível pedir algo do legado de Bauza, ou um time mais ofensivo: são estilos diferentes, mas o que vem por aí pode dar certo. Dos males possíveis de uma contratação, Ricardo Gomes é disparadamente o menor. Não precisavamos, mas é um risco que vale a pena correr.