Os sócios do São Paulo aprovaram neste sábado o início do processo de reforma do estatuto do clube e referendaram os atos administrativos da diretoria a partir de 2003, quando entrou em vigor o atual documento que rege a agremiação e que é contestado pela oposição.
Por 865 votos a 564, além de sete nulos, a maioria dos associados optou pelo “sim”, defendido pela administração do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. A vitória reforça a defesa do São Paulo em processo que pede a anulação de cerca de 26 mil atos estimados pelos opositores.
A ação, encabeçada pelo conselheiro Francisco de Assis Vasconcellos, está no STF (Superior Tribunal Federal), e tem sido bem-sucedida até agora. Vasconcellos argumenta que a última alteração estatutária, há 13 anos, foi feita sem a participação dos sócios, o que fere o Código Civil.
O “sim” também dá início a mais uma reforma do estatuto, a primeira, desde 1937, com a participação dos associados. Será instalada agora uma comissão que analisará propostas e apresentará, em até quatro meses, um novo regulamento. Ele será votado primeiro no Conselho Deliberativo para, em seguida, ir à aprovação dos sócios em nova Assembleia Geral.
A votação deste sábado começou por volta das 9h30, na sede social do clube, no Morumbi. Segundo a assessoria de imprensa do São Paulo, 6.200 associados estavam aptos a votar. O resultado saiu às 16h.
– (A aprovação) representa a perspectiva de pacificar o São Paulo, dar um novo estatuto e condições de governabilidade. Ela traz a credibilidade necessária para a gestão se desenvolver com tranquilidade – disse Leco, antes do fim do pleito.
O novo documento cumprirá as exigências do Profut, projeto aprovado no Governo para refinanciamento das dívidas dos clubes de futebol. As contrapartidas, obrigatórias nos estatutos de todos os que aderiram, envolvem autonomia de conselhos fiscais, punições a dirigentes por gestões temerárias e limites de mandatos – São Paulo já aderiu ao Profut.
Apesar da vitória do “sim” prever a reforma do estatuto, a oposição do clube promete protocolar na segunda-feira uma convocação para que os sócios iniciem esse processo por outro caminho.
– Somos favoráveis à reforma, mas tem que ser de maneira clara – afirmou o conselheiro Olten Ayres de Abreu Júnior, um dos coordenadores do “não”. Ele defende regras diferentes das previstas pela diretoria para o processo.
A principal razão pela queda de desempenho do clube foi a má administração depois do tri brasileiro. Tomara que essa alteração ajude a pacificar o clima político do clube (que turbulência não ajuda em nada) e que o tricolor volte as primeiras posições dos campeonatos, onde sempre esteve.