W. José faz crítica à torcida brasileira: “Dão mais valor quando deixa o clube”

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Igor Rodrigues – GloboEsporte.com 

Willian José comemora gol do São Paulo (Foto: EFE)Willian José com a camisa do São Paulo: jogador guarda com carinho o clube do coração (Foto: EFE)

Do Grêmio Barueri, em 2009, passando por São Paulo e Real Madrid, ao Real Sociedad sete anos mais tarde. Após série de empréstimos na Europa, Willian José fechou com o novo clube por cinco temporadas. A trajetória do atacante é marcada por gols, oscilação e incertezas. Feliz e realizado no futebol espanhol graças à tão sonhada tranquilidade para trabalhar, o jogador não esquece as críticas recebidas no Brasil, vê contrato como recompensa e sonha ir mais além.

Willian José Real Sociedad (Foto: Reprodução/Twitter)Willian José recebe o carinho da torcida na apresentação ao Real Sociedad (Foto: Reprodução/Twitter)

Chamou a atenção no Barueri, foi levado ao futebol uruguaio e defendeu São Paulo, Grêmio e Santos. Em conversa com o GloboEsporte.com pelo telefone, Willian José se considera um jogador diferente do que deixou o Brasil em 2014. Além do amadurecimento, o atacante de 24 anos coloca o comportamento dos torcedores como fator determinante para a evolução dentro de campo.

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 Hoje em dia no Brasil quando a torcida não quer o jogador, os diretores não tem essa moral toda para manter. No meu caso foi difícil, porque quando estava no  São Paulo tiveram polêmicas, mas sempre fui um cara trabalhador, nunca deixei de treinar.”
Willian José

– Posso dizer que mudei muito. Tive momentos bons e também momentos difíceis no Brasil. Essa vinda para a Europa tem me ajudado bastante. Aqui se tem mais tranquilidade para mostrar o seu trabalho. Eu acompanho muito o futebol brasileiro, acho que a torcida dá mais valor quando o jogador deixa o clube. Aqui não tem isso da torcida estar xingando, no seu pé o tempo todo, eles têm mais paciência com o jogador. Claro que tem momentos que a torcida tem que cobrar, mas a torcida tem que saber esperar. Hoje em dia no Brasil quando a torcida não quer o jogador, os diretores não tem essa moral toda para manter. No meu caso foi difícil, porque quando estava no  São Paulo tiveram polêmicas, mas sempre fui um cara trabalhador, nunca deixei de treinar. Claro que tem momento de fazer suas coisas, vida pessoal, mas nunca fiz corpo mole, nunca fui chinelinho, como falam no futebol. Sempre fui e ainda sou trabalhador.

Para Willian José, falar em Europa significa falar em Espanha. A primeira experiência surpreendeu muita gente: desembarcou em Madri para defender o Real. Desde então, Zaragoza, Las Palmas e, finalmente, Real Sociedad. A motivação, segundo ele, é a mesma de quando trocou o futebol brasileiro pelo espanhol, porém, com ambição ainda maior.

– Nesses dois anos e meio fiz 25 gols na Europa, não sei se cheguei a fazer 50 desses jogos como titular. Está sendo especial para mim, um momento que tenho que dar continuidade. Se eu fizer um bom campeonato esse ano, no próximo pode aparecer até uma possibilidade na seleção brasileira. Eu chego com a mesma motivação que cheguei na Espanha, ao Real Madrid. Estou num momento especial, é uma recompensa. Quando saí do Brasil muitos não acreditavam em mim, agora pude assinar um contrato de cinco anos na Europa. Estou acostumado com o clima, o Campeonato Espanhol. Acho que isso ajuda bastante. Esse ano vai ser melhor, será abençoado. Com esses cinco anos de contrato você tem mais tranquilidade para trabalhar. Antes eu tinha seis meses, um ano, tudo empréstimo. Agora tendo essa oportunidade com o Real Sociedad, um time que tem uma estrutura muito boa, com certeza uma das melhores da Espanha.

Com bagagem no currículo, guarda com carinho lembranças do Brasil, principalmente do São Paulo, clube do coração desde criança, mesmo dividindo opiniões entre os torcedores. O atacante revelou que ainda acompanha à distância e torce pelo sucesso dos companheiros.

– No Brasil eu não tinha muita oportunidade, joguei no São Paulo, mas sem muita chance no primeiro ano. No segundo comecei a ter mais oportunidades, porque o Luís Fabiano se lesionou. Essa vinda para cá foi fundamental, porque faz muito trabalho técnico e tático. Sempre falei que o time que torço no Brasil é o São Paulo, por onde fiquei mais tempo, durante dois anos. Também joguei no Grêmio e no Santos, mas foi pouco tempo, não tive tempo de pegar carinho pelo clube. Desde criança tenho carinho pelo São Paulo.

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