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Érico Leonan/saopaulofc.net
Buffarini (à frente) e Chavez (ao fundo) se tornaram peças importantes do time após Libertadores
O São Paulo chegou apenas à terceira vitória nos últimos dois meses, mas o triunfo sobre o Figueirense já considerado um modelo para a equipe reagir no Campeonato Brasileiro. Segundo o lateral-direito Buffarini, os 3 a 1 construídos no Morumbi, no último domingo, contaram com elementos essenciais para que a zona de rebaixamento fique cada mais distante: caráter e personalidade.
“Ricardo (Gomes) teve mais tempo para trabalhar e nós já mostramos mais caráter e personalidade para agarrar a ideia que ele tem nos mostrado. Atuamos assim desde o primeiro minuto. Mas uma vitória não nos permite relaxar, porque na quinta-feira (às 21h, no Morumbi) será complicado contra o Cruzeiro e precisamos demonstrar tudo isso de novo”, apontou.
O argentino ainda elegeu o duelo com o Figueira como o melhor dos seis jogos que disputou no clube paulista até o momento. Depois de sofrer com a adaptação à nova vida, ele agradece o apoio de Diego Lugano no dia a dia e já se sente à vontade para fazer uma sugestão a dirigentes e comissão técnica: insistir na recuperação de Michel Bastos.
“É algo que não cabe a mim falar. Mas quando enfrentei Michel na Libertadores do ano passado pelo San Lorenzo (ARG) tive muito respeito pela “jerarquia” que tem. Pelo que podia fazer em campo. Todos jogadores têm seus momentos dentro e fora de campo. Necessitamos dele, um jogador com muita experiência e “jerarquia”. Temos que recuperá-lo o mais rápido possível, porque é um jogador que faria muita falta”, opinou.
Está prevista, para esta segunda-feira, uma reunião da diretoria com Michel, que, aos olhos da comissão, está abaixo física, técnica e emocionalmente, em relação ao elenco. O meia já não pode ser negociado com times da Série A do Campeonato Brasileiro, enquanto os principais mercados europeus estão fechados. Apenas centros alternativos, como no Oriente Médio, estão abertos.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Buffarini:
Estrangeiros estão em boa fase. O que tem ajudado?
Nós viemos ao São Paulo para fazer o melhor possível e mostrar a razão por terem nos trazido para um clube tão grande. Temos o sonho de conseguir mais coisas. E Diego (Lugano) nos ajudou muitíssimo com o idioma. Somos conscientes de que temos que nos adaptar. Estou me sentindo muito bem, entendendo mais o idioma. Tanto eu como Chavez e Cueva, a cada dia que passa, nos integramos mais ao grupo.
Esperava mais tranquilidade? Ficou surpreso com a pressão?
Me surpreendi e continuo me surpreendendo com toda a história do clube, isso sim. Mas, com a pressão… quando cheguei no San Lorenzo, encontrei situação semelhante, com problemas em campo e institucionais. Foram quatro anos de muita luta e união até que a gente conseguiu conquistar tudo o que conquistou (Libertadores de 2014). Espero fazer o mesmo com o São Paulo. É um clube que nunca esteve nessas condições. Parece normal que a torcida tenha essa exigência sobre os jogadores. Nós temos que cuidar dessa situação e mostrar união para sair de tudo isso. Um clube grande não está acostumado a ficar tão abaixo na tabela, mas estamos cientes de que vamos sair dessa.
A torcida deveria apoiar mais? Como é na Argentina?
É o mesmo na Argentina. O que contagia a torcida são os jogadores, o que fazemos em campo. Nós temos que ganhar e jogar bem para contagiar a torcida e, assim, eles nos contagiarem. Domingo foi bonito ver tanta gente, como eles cantavam e desfrutavam da vitória. Isso dá muito mais força para o jogador em campo. Oxalá que na quinta-feira a torcida siga apoiando como fez no domingo. Assim vamos seguir adiante.
O que espera do Cruzeiro? Arrascaeta e Abila não jogam.
Vai ser um jogo difícil e precisaremos estar concentrados. Será um jogo aberto, porque os dois times precisam vencer. Quem errar menos vai ficar com a vitória. Estaremos em casa e com nossa torcida, então precisamos fazer o mesmo trabalho de domingo. É o caminho para escapar dessa. Conheço Abila de enfrentá-lo na Argentina, somos amigos e nos falamos sempre. É importante por ser goleador e por lutar em todos os lances. Eles não terem esses dois é bom para a gente, mas eles têm margem para jogar melhor mesmo assim. E precisamos jogar com a mesma mentalidade de domingo, comprometidos, mostrando em cada dividida que queremos ganhar o jogo.