De volta, Marco Aurélio diz que falta confiança e promete punir “cansados”

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Marcelo Prado – GloboEsporte.com

Marco Aurélio Cunha com Pintado, Médicis (vice de futebol) e Ricardo Gomes no CT do São Paulo (Foto: Ana Luiza Rosa/saopaulofc.net)Marco Aurélio Cunha (no centro) será apresentado neste sábado  (Foto: Ana Luiza Rosa/saopaulofc.net)

Aos 62 anos, Marco Aurélio Cunha tem um desafio e tanto pela frente ao aceitar assumir o cargo de diretor executivo do São Paulo, em substituição a Gustavo Vieira de Oliveira: recolocar o Tricolor nos eixos. Dentro de campo, o time acumula insucessos no Campeonato Brasileiro e se aproxima perigosamente da zona de rebaixamento. Na Copa do Brasil, perdeu o jogo de ida para o Juventude, no Morumbi, por 2 a 1, e terá de reverter a situação na partida em Caxias do Sul.

Marco Aurélio diz que a volta ao clube do Morumbi, onde já trabalhou como médico e superintendente de futebol, ocorre por uma questão de necessidade do clube. Não porque ele quisesse, afinal estava fazendo um bom trabalho na seleção feminina.

– É mais responsabilidade, um compromisso, do que vontade. Eu e (o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva) Leco tivemos uma boa conversa. Primeiro conversamos sobre a história do São Paulo. Falamos sobre o que precisa ser corrigido, ele pediu para eu fazer um diagnóstico. Na verdade, ele não precisava explicar muito e eu não preciso falar o que vou fazer porque nos conhecemos muito bem e temos confiança um no outro – afirmou Marco Aurélio, que conversou com a reportagem do GloboEsporte.com.

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Marco vê deficiências no São Paulo, mas diz que o time tem qualidade suficiente para estar numa situação bem melhor do que a vivida atualmente.

– O time não é ruim, está sem confiança. Quando isso acontece, tudo fica mais difícil. Analisando o time, acho que é uma equipe lenta, não tem jogadores de velocidade. Olhando os adversários, todos têm peças assim, o Corinthians, o Palmeiras. O São Paulo tem posse de bola, mas não é efetivo, não sabe o que faz com a bola. O Bauza usava muito a ligação. É um estilo que funciona, o Muricy foi campeão dessa maneira – explicou o dirigente.

Em comparação ao trabalho feito entre 2005 e 2008, período em que o time ganhou um Paulistão, Taça Libertadores, Mundial de Clubes e três Campeonatos Brasileiros, Marco Aurélio Cunha agora tem mais poder. Mesmo assim, deixa claro que não vai impor nada a ninguém.

– Quando você tenta mandar, impor alguma coisa, não dá certo. Quando você trabalha com caras bons, você precisa convencê-los para que as coisas funcionem. E é isso que vou fazer, sempre aberto ao diálogo, mas também com muita firmeza. Chego com muita vontade de trabalhar – ressaltou.

Na semana passada, quando fez uma visita ao CT da Barra Funda, Marco Aurélio Cunha falou que, para voltar a ter sucesso, o São Paulo precisava afastar jogadores que estavam “cansados”, como ele se refere a atletas sem vontade. Ele voltou a falar sobre o assunto e deixou claro: se identificar alguém com essa característica, vai afastar o jogador.

– Se identificar, não vou ficar com o atleta – garantiu.

O dirigente condenou a invasão feita ao CT da Barra Funda no dia 27 de agosto. Na ocasião, três jogadores foram agredidos e bolas e uniformes de treino foram roubados.

– Odeio essa palavra, mas foi um vexame. O sujeito que é são-paulino não pode deixar o clube passar por isso. Sou totalmente contrário. Manifestação é legítima, mas arruaça não. Isso depõe contra nós mesmos, viramos motivo de chacota dos adversários – disse o dirigente, que será apresentado na manhã deste sábado, após o treino que será realizado no estádio do Morumbi.

Marco Aurélio Cunha e Carlos Augusto de Barros e Silva - São Paulo (Foto: reprodução / Twitter)Marco Aurélio Cunha e Carlos Augusto de Barros e Silva se acertaram em reunião (Foto: reprodução / Twitter)