A cara fechada e tensa de Maicon não se alterou desde que o zagueiro entrou na sala de imprensa do CT da Barra Funda, na manhã desta sexta-feira, logo após o treinamento da equipe, até a despedida posterior a sua última resposta. O semblante do capitão são-paulino expressa o momento delicado do Tricolor na temporada. E, para tentar iniciar uma reação, a diretoria trouxe Marco Aurélio Cunha de volta para assumir o cargo antes ocupado por Gustavo Vieira, no comando do futebol do clube, mas, para Maicon, não é o dirigente que vai fazer o time vencer.
“O trabalho do Marco vai ser bom, mas não depende do Marco Aurélio. Depende de mim, do Michel Bastos, do Denis, dos jogadores do São Paulo para que essa reviravolta aconteça. O extracampo não tem interferido muito no futebol. Não temos problemas extracampo. Os resultados é que não têm acontecido e isso acaba nos prejudicando”, afirmou o líder do elenco, que conheceu Marco apenas na visita do ex-vereador ao CT no último dia 26, mas aposta em seu currículo.
“É um diretor com histórico de vencedor no São Paulo. É um cara que sabe vencer, conquistou vários títulos aqui e toda soma será benéfica nesse momento. Será de grande ajuda”, avaliou Maicon, com respostas sempre curtas e objetivas.
A 14ª colocação na tabela de classificação com apenas um ponto acima do Figueirense, o primeiro dentro da zona de rebaixamento e justamente o adversário deste domingo, ás 11 horas, no Morumbi, parece já estar cansando o elenco tricolor. Nesta sexta, Maicon tentou explicar os motivos dessa campanha tão fraca e voltou a reafirmar a necessidade de uma reação imediata.
“Ninguém esperava o São Paulo tão bem na Libertadores, como ninguém esperava tão mal no Brasileiro. Coisas do futebol. As coisas não tem acontecido, principalmente no Morumbi, quando a gente sempre domina o jogo inteiro e acaba sofrendo uma derrota no fim. A gente não esperava essa situação. A gente sempre vem nas entrevistas coletivas e fala ‘a partir do próximo domingo’, mas a gente espera que esse domingo possa dar uma reviravolta forte, senão, vai começar a complicar”, admitiu, abusando da sinceridade. “Não adiaata a gente responder as mesmas perguntas. O que a gente precisa é somar pontos”.
Por fim, um dos poucos atletas do grupo são-paulino que ainda gozam de credibilidade com os torcedores, Maicon reconheceu que todos no clube estão surpresos com a situação delicada, principalmente no Campeonato Brasileiro, e garantiu que o São Paulo seguirá na Série A em 2017.
“A equipe do São Paulo não está acostumada a lidar com essa situação de rebaixamento. Tenho certeza que não vamos fazer parte dela (zona de rebaixamento) e não seremos rebaixados. O São Paulo é uma equipe muito grande para jogar segunda divisão. Não vejo uma tensão e sim uma cobrança diária do São Paulo, como sempre teve, desde o meu primeiro dia aqui, independente da posição”, encerrou o xerifão.