Do UOL, em São Paulo
Luiza Oliveira/UOL
A apresentação do meia Jean Carlos no São Paulo foi ofuscada pela presença do diretor executivo Marco Aurélio Cunha, que entregou a camisa ao jogador e falou muito mais do que ele em entrevista coletiva nesta segunda-feira (27), no CT da Barra Funda. O tópico mais abordado pelo dirigente foi o planejamento para próxima temporada, após um 2016 de nível abaixo do que o clube se acostumou nos últimos anos – exceto pela campanha na Copa Libertadores. Ele também falou sobre a situação incômoda do São Paulo no Campeonato Brasileiro.
Em 12º, com 34 pontos, quatro a mais que o Cruzeiro, primeiro da zona de rebaixamento, o clube tricolor tenta reagir para terminar o ano em um ponto positivo. Rebaixamento é preocupação, mas não grande, para o dirigente. “Não ignoro a zona de rebaixamento, mas não me sinto incluído nela.”
“Ontem tivemos uma reunião onde já falamos sobre isso. Estamos traçando algumas possibilidades. Evidentemente vamos contar com muitos dos nossos valores aqui. Temos contratos, os meninos vão ser muito importantes. Temos uma base… evidentemente propostas vem, as coisas mudam”, declarou o diretor, que também abordou a possibilidade de Ricardo Gomes continuar no São Paulo no ano que vem.
Segundo o dirigente, o clube irá avaliar os resultados do treinador e analisar o elenco. A manutenção dos atuais funcionários faz parte dos planos, e Ricardo Gomes foi elogiado.
O São Paulo volta a campo no próximo sábado, no Morumbi, para encarar o vice-líder Flamengo no Maracanã. As equipes empataram por 2 a 2 no primeiro turno, em partida realizada no Mané Garrincha, em Brasília.
Veja outros tópicos da entrevista
Reforços e situação financeira
“O São Paulo tem ativos a serem recebidos, tem débitos, coisas a pagar. Mas tem crédito, orçamento, patrocínios hoje que não havia um ano atrás. Temos seis patrocínios importantes que ajudam a custear. Terá que ser responsável, mas não vai ser fraco. Quando você se endivida, você tem a credibilidade do endividamento. É saber com o departamento financeiro, não vamos poder passar dos limites, até para fazer o fair play financeiro correto. Dá para fazer um pouquinho sem ser mão de vaca.”
Punição da Justiça a invasores de CT
“Eu acho que a justiça tem que ser feita em relação essas extravagâncias de torcedores, agressores. Talvez isso regre um pouco mais essas torcidas organizadas. A gente quer o apoio formal, grandioso, do torcedor. A gente só não quer a baderna. Ninguém quer deixar que a festa deixe de existir, a gente quer que não tenha briga na festa. A violência é o que mais tira o torcedor do estádio. Toda punição deve ser lamentada. Punir é uma atitude ruim, é triste. Temos que passar pelo momento errado para que a sociedade melhore.”
Comparações com Inter e Cruzeiro
“Eu acho que são três clubes com dificuldades técnicas. No aspecto de resultados, são clubes grandes, históricos. Às vezes a torcida pede mudança e ela vem para pior, aí você cai na roda comum de outros clubes. São clubes grandiosos que vão superar esse momento.”
Preparação física do elenco
“O São Paulo se superou em jogos da Libertadores. Vejo picos de performance e quedas de rendimento. Há um desgaste natural. É uma alternância, é mais dependente do resultado do que a parte física. São Paulo tem reagido mal a quando toma gols. Isso é talvez uma tendência de controlar mais a atitude do que o preparo físico. Equipes que fazem o primeiro gol têm uma facilidade muito grande em manter o resultado, facilitar o jogo e reduzir o desgaste.”
Cueva
“O Cueva é um jogador de talento, bola no pé e drible, que talvez ainda tenha dificuldade de recompor na marcação. É mais de qualidades individuais do que física. A trajetória do São Paulo é de saber esperar por seus estrangeiros talentosos.”