Carlos Eduardo Luz, um jovem baiano de 16 anos, diz que 25 de setembro de 2016 é o dia mais feliz de sua vida. Por quê? Porque foi o dia em que ele viu o São Paulo jogar pela primeira vez e, de quebra, se ajoelhou aos pés de um de seus maiores ídolos, Diego Lugano.
A ida ao estádio do Barradão foi um presente do tio Carlos, simpatizante do Bahia. A dupla estava ensaiando ir a um jogo do Tricolor paulista há dois anos, mas compromissos escolares do garoto impediram o sonho de ser realizado. No último domingo, aconteceu. Carlos foi ao estádio. Mas não deu sorte: viu o São Paulo perder por 2 a 0 para o Vitória.
Com o jovem muito chateado por causa do placar final, o tio quis incrementar o presente: levar o sobrinho ao aeroporto para conhecer os jogadores. Eles nem sabiam o horário do voo. Havia boatos de que o avião partiria às 19h30 ou às 21h30. Quando Carlos viu vários carros de polícia chegando ao local, pensou que era Rui Costa, o governador da Bahia, mas…
– Oxi, quando vi os jogadores, fiquei tremendo. Todos passaram por nós, faltava só o Lugano, o que mais queria encontrar. Eu estava em uma saída, o Lugano foi por outra. Meu tio o parou e pediu para tirar uma foto comigo, mas ninguém me encontrava. Quando vi, saí correndo pelo aeroporto. Cheguei nele e me taquei no chão. Nem sabia o que estava fazendo. Sabia que era eu e Lugano, Lugano e eu – diz Carlos, empolgado.
A idolatria pelo zagueiro uruguaio começou quando o jovem baiano assistiu ao filme Soberano 2, que conta a trajetória do Tricolor na conquista do tricampeonato mundial, em 2005. Desde então, carrega Lugano como seu grande ídolo, ao lado de Kaká.
– O Lugano falou para eu ter calma, que ele era não era demais, só uma pessoa normal. Ele tem noção do quanto é importante, ama o São Paulo como um torcedor. Não pude ver o Lugano jogar porque eu era muito novo. Pelo filme, vi que se entregava muito. Graças a Deus pude ver o Lugano. Foi o melhor aniversário da minha vida.
Na família de Carlos, só ele é são-paulino. A explicação é curiosa. Um dia, andando na rua, o garoto encontrou um torcedor com a camisa do clube. Gostou do símbolo, pesquisou a história e se apaixonou. Antes dos atletas do São Paulo, o jovem só havia tietado o goleiro Viáfara, ídolo de seu ex-clube, o Vitória.
– Eu já perdi a foto com o Viáfara, era dos tempos de Orkut. Hoje, sou só são-paulino. Amo o time. Conheci os jogadores, tirei foto com todos. Até o Lyanco curtiu e comentou no Instagram. É igual ao Rogério Ceni falava: “Meu coração tem cinco pontas e três cores”. Ainda mais depois do que vivi no domingo. Só faltou o São Paulo ganhar, mas está ótimo. Realizei o grande sonho da minha vida – diz Carlos, que pensar em ser arquiteto ou engenheiro no futuro, mas sempre são-paulino.
* Lucas Strabko colaborou sob supervisão de Juliano Costa