David Neres, a promessa que marcou seu primeiro gol como profissional no sábado, contra a Ponte Preta, e ajudou o São Paulo a deixar longe o fantasma do rebaixamento, tem uma situação contratual rara no futebol brasileiro atual.
Segundo o balanço patrimonial de 2015 do time do Morumbi, 100% dos direitos federativos do atacante de apenas 19 anos, que tem contrato até o final de 2018, pertencem ao clube.
A própria situação são-paulina mostra o quanto isso é difícil hoje. No final do ano passado, o clube listava 84 jogadores profissionais sob contrato, e apenas 14, ou menos de um quinto do total, tinham 100% de seus direitos pertencendo ao clube.
Outras promessas são-paulinas não repetem o que acontece com Neres, que joga pelo São Paulo desde a categoria sub-15 e ficou cerca de seis meses afastado com contusão no ombro antes de encantar Ricardo Gomes e virar titular do time principal.
Luiz Araújo, outro atacante, tem só 70% de seus direitos na mão do clube. A situação do zagueiro Lyanco é ainda pior: o São Paulo só tem 50% dele.
Jogadores jovens de outros grandes são ainda mais fatiados. Quando vendeu Gabriel Jesus para o Manchester City, o Palmeiras tinha só 30% dos direitos federativos, a mesma proporção que o Corinthians tinha de Malcom quando o negociou com o Bordeaux.
AInda em seus primeiros jogos como profissional, David Neres não tem cotação em sites europeus especializados no assunto. Mas, com gols e sendo titular do São Paulo, seu valor promete ser alto.