Em 2016 o São Paulo viveu altos e baixos. Semifinalista da Libertadores e flertando com a zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o time terminou a competição na 10° colocação. Se o ano não foi tão bom para o Tricolor Paulista, que não conquistou nenhum título na temporada, pode-se dizer que ele foi de afirmação para o jovem zagueiro capixaba Lyanco Vujinovic, de 19 anos.
O defensor, que aproveita as férias na casa da família, no município de Vila Velha, é um dos convocados por Rogério Micale para a disputa do Sul-Americano Sub-20, no mês de janeiro, que será disputado no Equador.
Lyanco vê a disputa do torneio no Equador como uma boa oportunidade para os jovens valores da seleção. Ele elege os equatorianos, por jogar em casa, como os principais adversários na primeira fase.
– Não só eu, mas como quase todo o grupo da seleção, a maioria está no time profissional também. E eu creio que vai ser uma oportunidade muito boa tanto para a gente, como para o Micale também. Até porque é um campeonato muito importante para todo mundo, não só para a seleção, mas para cada um individualmente. Eu creio que o adversário mais difícil vai ser o Equador, até por ser o time da casa – disse.
Será a primeira competição oficial de Lyanco pela seleção brasileira. O defensor se diz ansioso com a estreia, que ocorrerá dia 18 de janeiro e espera encontrar a velha catimba dos times da América do Sul.
– Sempre dá um friozinho na barriga, ainda mais sendo um campeonato que vai ser televisionado também. E a gente vai, com certeza, talvez como um dos favoritos. Só que a gente já jogou contra o Equador em outra oportunidade e é um time bem difícil de jogar, rápido, e tem a catimba deles também. Mas creio que vamos estar bem preparados para a competição – explicou.
Balanço do ano e apoio da família
Lyanco, apesar do ano abaixo da expectativa do São Paulo, tem algumas conquistas pessoais. O jogador, que chegou ao seu segundo ano no time profissional, comemora o fato de ter disputados mais partidas. Ele marcou o seu primeiro gol como profissional, na vitória sobre o América-MG, por 3 a 0, pela 14ª rodada do Brasileirão. Ele ainda conta com a ajuda de um dos ídolos do elenco, o experiente zagueiro Lugano.
– Pra mim, trabalhar com o Lugano, esses caras que são ídolos, mais experientes, me ajuda bastante. Ainda mais o Lugano, que é da minha posição, é um cara amigão mesmo, é um pai pra mim lá dentro do clube. Ele me ajuda, conversa comigo e pegar a posição dele, a vaga dele no time, é uma coisa que não dá para explicar muito. O cara é um ídolo e eu vou pegar a vaga dele? (risos). Só que o que eu vinha fazendo nos treinos, as conversas que tenho com meu pai, que sempre me fala para evoluir em alguns aspectos, o pessoal lá do clube vai vendo. Tanto que em uma entrevista, o Lugano falou que eu estava voando nos treinos, então eu deveria jogar. E eu fico bastante feliz, foi o ano que eu joguei mais vezes que 2015, ganhei mais experiência, fiz meu primeiro gol como profissional – revelou.
O defensor conta com o apoio da família, a quem ele faz questão de dizer que deve tudo. Além do seu pai, a mãe e a irmã moram com o jogador em São Paulo. Mas o apoio dos familiares vem de muito antes, desde a época das categorias de base do Botafogo, onde Lyanco ficou quatro meses sem receber salários e passou por dificuldades financeiras. Agora, a situação, entretanto, é diferente. A presença dos familiares faz com o que o jovem zagueiro possa se dedicar exclusivamente ao futebol.
– (A presença) Não só do meu pai, mas da minha mãe e também da minha irmã, que largaram tudo no Espírito Santo para ir pro Rio de Janeiro, quando eu fui para o Botafogo. Depois eu fui para São Paulo e eles foram junto também. Isso ajuda muito. Minha família sempre me dá apoio, sempre me incentiva, eles me ensinam mais as coisas. Eu devo tudo a eles, tudo que eles fizeram por mim, tudo que eu tenho, o que eu ganhei, o que eu sou, dentro e fora de campo, eu creio que foi por causa da minha família – finalizou.