Órgão aponta Morumbi em negociação de cartel do Mundial 2014

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GazetaEsportiva.net

Segundo afirmação de empreiteira ao Cade, o Morumbi entrou na negociação de cartel de construtoras para a Copa 2014 (Foto: Sergio Barzaghi/ Gazeta Press)
Segundo afirmação de empreiteira ao Cade, o Morumbi entrou na negociação de cartel de construtoras para a Copa 2014 (Foto: Sergio Barzaghi/ Gazeta Press)

A reforma do estádio do São Paulo, o Morumbi, esteve em pauta durante a negociação do cartel de licitações formado por empreiteiras para a construção de arenas para a Copa do Mundo de 2014, segundo a Andrade Gutierrez revelou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A informação foi divulgada pelo site do jornal Folha de S.Paulo.

Em nota publicada nesta segunda-feira pelo órgão, a Andrade afirmou que a Camargo Corrêa fez parte do grupo de construtores que estavam agindo na divisão dos projetos dos novos estádios e que tinha o interesse em realizar a reforma do Cícero Pompeu de Toledo para a abertura do Mundial.

A fim de obter um acordo de leniência com o Cade, a Andrade Gutierrez revelou os nomes das construtoras concorrentes no que seria a formação de um conluio contra a competitividade em licitações para as obras nacionais.

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Na época das negociações, em outubro de 2007, quando o Brasil foi o escolhido para receber a Copa, o Morumbi era uma das possíveis sedes para abrir o torneio em São Paulo. A Camargo Corrêa desistiu de assumir a obra quando a Arena Corinthians foi escolhida para o pontapé inicial da competição, em junho de 2010. Assim, o cartel de empreiteiras descartou atuar na casa são-paulina. Ex-presidente do Tricolor, Juvenal Juvêncio era o representante do clube nas negociações com a Fifa.

“Enquanto se esperava que o Estádio do Morumbi, em São Paulo/SP, fosse um dos escolhidos para a Copa do Mundo de 2014, uma das empresas manifestou interesse em futuramente realizar a sua obra. No entanto, o acordo anticompetitivo preliminar não foi implementado em razão da escolha final pela Arena do Corinthians como estádio oficial do evento na capital paulista”, diz o Cade em comunicado.

De acordo com o órgão, as empreiteiras se acertaram em termos de divisão de projetos, vantagens entre concorrentes e preços. Foram cinco empresas no esquema, além da Andrade que fez a delação: Construtora Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, OAS, Carioca e Odebrecht. Esta última construiu o estádio corintiano, em Itaquera.

De acordo com a Andrade, foram cinco arenas erguidas pelo cartel de empreiteiras: Fonte Nova (Salvador), Maracanã, Pernambuco, Dunas (Natal) e Castelão (Fortaleza).

As investigações sobre as irregularidades nas obras da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, acontecem na esteira da Operação Lava Jato. O Ministério Público foi partícipe do acordo da Andrade com o Cade.