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José Eduardo Martins
Eduardo Knapp/Folhapress
Rogério Ceni será apresentado nesta quarta-feira, no CT da Barra Funda
Rogério Ceni está de volta ao São Paulo, agora em outra função. Depois de conquistar quase todos os títulos possíveis como jogador, o ex-goleiro será apresentado oficialmente nesta quinta-feira, no CT da Barra Funda, como o novo técnico do Tricolor.
Porém, tal trajetória não é inédita no clube. Na década de 60, o ex-arqueiro argentino José Poy assumiu o comando da equipe. Assim como Rogério, Poy havia se tornado ídolo da torcida. Entre 1949 e 1962, tinha disputado 525 jogos, conquistado 298 vitórias, empatado 108 partidas e perdido 119 vezes. Também um ano depois de pendurar as luvas, virou treinador, mas de maneira interina.
No banco de reservas, o argentino conseguiu se destacar. No total, trabalhou em 422 jogos (213 triunfos, 129 empates e 80 derrotas). Nas primeiras conversas com a diretoria do São Paulo, Rogério Ceni deixou claro que pretende aproveitar os jovens das categorias de base. Tal estratégia também era adotada pelo ex-treinador argentino, que morreu em 1996.
“O Poy era muito duro e disciplinador. Ele gostava das pessoas que vinham da base. Ele queria saber até como a gente investiria o nosso dinheiro. Ele se preocupava muito com o futuro dos jogadores. Eu tomava muita bronca porque tinha o cabelo cumprido e ele queria que eu cortasse. Eu aprontava muito e ele dava castigo. Mas o Poy era do bem e me ajudou a comprar a minha casa. Ele cuidava das pessoas”, contou Muricy Ramalho, que foi jogador comandado pelo argentino e técnico de Rogério Ceni.
“Os dois foram goleiros do São Paulo por muitos anos e praticamente criados no clube. Sempre tiveram muito amor pelo São Paulo”, completou o ex-técnico.
Com a experiência de ter trabalho com Rogério em diversos momentos, Muricy aposta no sucesso do antigo pupilo.
“Vai dar certo. Ele não precisa de conselho. O Rogério sabe que a vida de técnico é diferente, mas ele é muito determinado”, elogiou Muricy.
Da mesma forma que Poy, Rogério tem créditos de sobra com a torcida. Por isso, Muricy acredita que a pressão seja um pouco menor sobre o ex-goleiro.
“As pessoas vão ter paciência no começo, porque sabem que ele está no início de uma nova carreira. Vão dar mais um tempo para ele se adaptar. Só depois virá a cobrança”, previu Muricy.