Ceni diz que pode usar Cícero em até quatro funções: veja como ele jogaria

846

Marcelo Prado – GloboEsporte.com

Cícero veste a camisa do São Paulo (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)Cícero é apresentado na segunda-feira, em Bradenton (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Quarto reforço do São Paulo para a temporada 2017, Cícero tem tudo para se tornar um dos jogadores mais importantes para Rogério Ceni. Experiente, terá papel importante num elenco jovem. Ao lado de atletas como Sidão, Denis, Maicon e Lugano, será exemplo para os garotos.

Dentro de campo, Cícero empolga o técnico pela versatilidade. Na entrevista exclusiva que concedeu ao GloboEsporte.com, Ceni disse que pode escalá-lo em quatro funções.

– Pode ser como primeiro volante, segundo volante, homem de armação e um falso nove. Só não posso utilizá-lo aberto pelas pontas, não o vejo jogando assim. Mas ele pode atuar em pelo menos quatro funções – afirmou Ceni.

Publicidade

Cícero ainda não está 100% fisicamente, já que começou a treinar mais tarde do que os companheiros na pré-temporada realizada em Bradenton, nos Estados Unidos. Ele integrou a equipe que disputou o segundo tempo do jogo treino contra o Boca Ratón – vencido por 9 a 2, no domingo.

Enquanto isso, veja como Cícero se encaixaria no Tricolor em cada uma das opções listadas pelo técnico Rogério Ceni:

Campinho Cícero no São Paulo (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Primeiro volante

Em nenhum momento dos treinos acompanhados pelos jornalistas, Rogério Ceni testou Cícero nessa posição.

O jogador só deverá ser utilizado dessa maneira em jogos com a necessidade de escalar uma equipe muito ofensiva, já que para atuar como primeiro homem do meio-campo, o atleta perde o que tem de melhor, que é a chegada como elemento surpresa no ataque.

Nesse caso, Cícero seria o homem mais próximo da linha defensiva, o responsável por iniciar a construção das jogadas. Ele tem qualidade de passe para isso, e atuaria ao lado de atletas técnicos, como Thiago Mendes, por exemplo.

Como Rogério também gosta de um jogador alto nessa posição, para disputar as bolas aéreas em “chutões” do goleiro ou dos zagueiros, mais pontos para ele.

Campinho Cícero no São Paulo (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Segundo volante

Foi desse jeito que o camisa 8 esteve presente no segundo tempo do jogo-treino contra o Boca Raton. A equipe tinha João Schmidt como primeiro volante e dois homens à frente no meio-campo: Cícero à esquerda e Cueva mais à direita, com três atacantes à frente.

No treino tático comandado por Ceni no último sábado, Cícero chegou várias vezes ao ataque jogando nesse posicionamento. Marcou um gol e acertou um chute na trave.

A grande vantagem é que nessa função Cícero jogaria de frente para o campo de ataque, com facilidade para carregar a bola em direção ao gol adversário. É assim que ele gosta mais.

Por ter um bom chute de longa distância, a função permite a ele finalizar bastante.

Campinho Cícero no São Paulo (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Meia de criação

Talvez essa seja a maior dificuldade para o atleta, que se destaca pela dinâmica em campo e não pela facilidade de dar passes ou deixar companheiros na cara do gol.

Para que Cícero seja utilizado assim, Ceni teria de escalar a equipe na linha de quatro no meio-campo. Atrás, poderiam ser três ou quatro defensores e à frente, dois ou três atacantes.

> Animado com Ceni, Cícero quer títulos no São Paulo para encerrar jejum

Um 4-2-3-1, por exemplo, complicaria demais a vida de Cícero, que teria de receber a bola na maioria das vezes de costas para a área adversária, e isso, como dito no item anterior, não o agrada.

Numa linha de quatro no meio-campo, entretanto, poderia funcionar melhor.

Campinho Cícero no São Paulo (Foto: Arte: GloboEsporte.com)

Falso 9

Por ser alto, Cícero será muito importante no jogo aéreo defensivo e ofensivo. Esse foi uma das razões que levou o técnico Rogério Ceni a pedir sua contratação. Ele entende que o São Paulo tem muitos jogadores de baixa estatura.

Em sua última passagem pelo clube paulista, entre 2011 e 2012, em vários jogos o meio-campista foi escalado mais adiantado, como um falso nove. E marcou gols.

Em 92 partidas disputadas pela equipe, balançou as redes adversárias em 16 ocasiões.

Como falso 9, Cícero teria a obrigação de se movimentar intensamente e abrir espaço na área para a chegada dos atacantes de lado ou mesmo dos homens de meio-campo.