Cícero: a confiança de Rogério e as dúvidas da torcida

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ESPN.com.br

Pedro Cuenca

Cícero voltou ao Morumbi. Uma negociação que, vista de forma isolada, parece maravilhosa, principalmente porque o São Paulo não pagou para contratar e ainda vai deixar uma parte considerável do salário nas mãos do Fluminense. Se olharmos com calma, pode ser que ela não seja tão boa. Ou será que é boa mesmo?

 

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O jogador já passou por aqui antes, também vindo do Fluminense. Na época, tinha se destacado por anos no clube carioca, inclusive fazendo parte do elenco vice-campeão da América. Teve azar, porém, de encontrar um péssimo tricolor pela frente, ainda que tenha participado do elenco campeão da Copa Sul-Americana, em 2012, antes de sair do Morumbi.

 

Cícero foi, assim como muitos, apenas mais um jogador que passou pelo São Paulo. Chegou para ser o volante habilidoso, aquele que sabe desarmar e ainda tem qualidade para iniciar. Isso, de fato, ele sabe fazer muito bem. O que lhe faltou, ao meu ver, foi mais vontade para se destacar. Assim que outras peças cresceram no elenco, fosse como volante ou meia, Cícero não soube se destacar como anteriormente e acabou amargando o banco de reservas.

 

Claro que eu desconto o fato de ele ter atuado como lateral e, em alguns poucos casos, como atacante. Ou vai dizer que não foi bizarro ver sua entrada na final da Sul-Americana, contra o Tigre, em plena Bombonera, apenas porque “ele tem boa impuslão nas bolas aéreas”? Foi ridículo, para dizer o mínimo.

 

Anderson Stevens/Photocamera

Anderson Stevens/Photocamera
Cícero vem do Fluminense deixando saudade, mas chega com desconfianças

 

A questão é que Cícero é muito valorizado por Rogério Ceni, o atual técnico tricolor, e que com certeza pediu sua contratação. Onde será utilizado, porém, ainda não sabemos. No Fluminense, nessa última temporada, acabou perdendo vários jogos atuando como primeiro volante, aquele famigerado “xerifão na frente da zaga”. Aí, claro, não teve o devido destaque, apesar de os números mostrarem outra coisa.

 

O ponto é que, tanto para a “volância” quanto para o meio, Cícero terá concorrência, assim como no passado. E ela, mais uma vez, não será das mais tranquilas, por mais que seja um protegido de Rogério Ceni. Se quiser fazer bonito como volante, terá que ajudar muito na marcação, pois Thiago Mendes e João Schmidt são dois jogadores que valorizam muito a qualidade do passe e também o apoio ao ataque. Se assim for, terá que tomar cuidado com os meninos da base que estarão subindo para o time profissional com muita vontade.

 

Se for para o meio, Cícero terá a concorrência, claro, de Cueva. E não só dele, pois Lucas Fernandes estará voltando de lesão e louco para finalmente ter sua chance, querendo uma vaga no time titular, coisa que ainda não aconteceu porque antes tinha um tal de Ganso na sua posição. Isso se o São Paulo não buscar algum outro jogador para a posição, algo que não duvido. O nome de Ricardo Goulart, por exemplo, já foi cogitado no clube.

 

Seja como for, Cícero terá dificuldades para garantir seu espaço no time titular. Nome não se garante, com certeza. E que, dessa vez, sua passagem tenha muito mais sucesso do que na anterior.