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Esqueça o casal Baby-Casão, que parece ter vindo diretamente dos anos 80, quando a pastora era cantora e o comentarista era Matador. A grande novidade do futebol brasileiro neste início do ano da graça de 2017 é Rogério Ceni. Aqui, não se trata de um casal. É um trio. Ceni, o inglês Michael Beale e o francês Charles Hembert.
O maior ídolo da história do clube assume como treinador e buscando um caminho fora da zona de conforto. Poderia ter se apoiado em velhos companheiros – a bem da verdade, a diretoria vetou Milton Cruz – poderia assumir com o pensamento de mais do mesmo, mas não é o que está parecendo. Rogério, como no gol, vem com vontade de ser muito mais do que mais um. Talvez ”o um”.
Vai adotar novos tipos de treinamento. Serão mais curtos e mais intensos. Serão exercícios direcionados para um estilo de jogo e também para as necessidades prementes do próximo jogo. Ceni quer impor seus conceitos, seu estilo de jogo, mas também vai estar preparado para o que vier pela frente. Aliás, o Audax não poderia ser um teste melhor logo na estreia do Paulista. O que trará o Audax, sempre cheio de novidades sob o comando de Fernando Diniz?
Rogério disse que deseja ter um time com marcação alta e com posse de bola. Osorio na veia. Não é atoa que pediu muitas vezes que os treinamentos de Osorio fossem gravados para sua observação. E ainda era jogador.
As novidades virão dos treinamentos e não há nada que garanta o seu sucesso na horado jogo. O São Paulo de Rogério Ceni vai perder. Todo time perde, mas o início não deverá ter surpresas boas. Haverá, é lógico, uma grande boa vontade da torcida nos primeiros jogos, mas nada que não termine se os resultados não vierem.
É um risco a mais, mas ele está pronto a corre-los.
Com Ceni, será possível ver jogadores tendo que atuar em posições diferentes. Lucão pode ser volante. Breno pode ser lateral direito em uma linha de quatro (já foi assim com Muricy, lá atrás), Buffarini pode ser lateral esquerdo e volante. Se o time optar por uma linha de três, não será necessariamente com três zagueiros. Se fixarmos Maicon e Rodrigo Caio, o terceiro homem pode ser Douglas, Lugano, Lyanco ou pode haver surpresas como Thiago Mendes, Buffarini, Bruno… A ala pode ser feita por David Neres ou Luiz Araújo. Cícero pode ser volante, meia ou atacante.
Um pouco do que se pode esperar está sendo mostrado pelo sub-20 de André Jardine. Na vitória sobre o Genus, havia três zagueiros, uma segunda linha de três, com dois volantes e Liziero se diversificando como volante ou lateral. Militão, um dos três zagueiros, jogou também como volante e meia. Os dois atacantes de lado estavam ”invertidos”, com o destro Lu na esquerda e o canhoto Caíque na direita. Muitas mudanças durante o jogo, sem necessariamente haver troca de jogadores.
Rogério pode não ser o melhor treinado do ano. Pode até ser o pior. Mas, pelo que se viu (e o que não se viu) até agora, será o mais surpreendente neste começo de ano.
Vamos ver se o Micão vai ser o novo Falcão?
Uma aposta previsível, o São Paulo tem um dono. Perdemos a identidade