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Pedro Cuenca
O tempo passa, o tempo voa, e até hoje estou tentando entender a contratação de Gilberto. O atacante já tinha atuado no Brasil em diversos clubes, como Santa Cruz, Internacional, Portuguesa e Vasco. Além disso, se aventurou duas vezes na MLS, jogando no Chicago Fire e no Toronto FC, ambas sem sucesso. Mesmo assim, o São Paulo decidiu investir dinheiro nessa furada.
Gilberto começou sua passagem esquentando banco no Tricolor. Pelo menos, foi assim de julho, quando chegou, até o fim do último ano. OK, preciso admitir que ele teve alguns problemas físicos e isso desmontou uma possível sequência que ele poderia ter, principalmente quando Chávez viveu uma seca de gols no Brasileirão. A dúvida, porém, permanece sobre a necessidade e a qualidade de Gilberto.
O atacante é bom? Se lembrarmos dele na Portuguesa, sim, é ótimo. Se buscarmos sua passagem no Vasco, é razoável. Se olharmos os números de suas passagens nos Estados Unidos, é péssimo. O São Paulo decidiu investir. Hoje, é um dos centroavantes do elenco, ao lado de Chávez e Pedro Bortoluzzo, mas é um dos mais experientes, claro, até por tudo que já passou.
Depois de um tempo fora da forma física ideal e de muito tempo se recuperando de lesões ou no banco, Gilberto terminou a temporada, de forma surpreendente, em alta. Contra o Atlético-MG, entrou durante o jogo e marcou o gol da vitória. Não foi brilhante, mas foi eficiente. Não precisou de dribles ou jogadas mirabolantes, apenas empurrou a bola para dentro das redes, como esperamos dele, sendo um jogador básico que é.
Contra o Santa Cruz, o último jogo do ano, entrou como titular. E marcou um belo gol ao acertar um tiro de longa distância, sem chances para o goleiro. Você pode argumentar que era fim de temporada, contra uma equipe rebaixada e cheia de peças da base. Sim, pode dizer isso, mas não muda o fato que Gilberto marcou um gol e conseguiu fazer a parte dele na goleada.
Para 2017, no entanto, fica a dúvida. Como Gilberto vai atuar? Será que ele vai ganhar mais espaços na briga com Chávez? Se o argentino repetir a seca de gols que passou no último, talvez Gilberto seja uma opção válida, principalmente por ter mais experiência do que Pedro Bortoluzzo, o menino da base que subiu no desespero do Brasileirão e pouco conseguiu mostrar até agora, mas que, por conta da lesão de Gilberto, conseguiu até ser titular em uma partida ou outra.
Vai tudo depender, é claro, de como Rogério Ceni vai armar o time. Pelas informações iniciais, ele busca uma equipe com qualidade e controle da bola, desfavorecendo muito o centroavante. Isso só vamos ver na Flórida Cup, a partir do dia 15. O importante é que tenhamos um Gilberto disposto a mostrar qualidade para o treinador e que consiga cumprir sua principal função em campo: fazer gols.