Calça social, camisa e sapato. O técnico Rogério Ceni já adotou um visual para comandar o São Paulo à beira do campo. Mas vai levar um tempo até ele se acostumar com tudo o que cerca seu novo cargo no Tricolor. Promete ser bem diferente da época de jogador. Por ora, no entanto, a recepção da torcida continua calorosa. Os são-paulinos foram à loucura quando ele apareceu no gramado do Al Lang Stadium, para a partida contra o River Plate (vencida nos pênaltis, por 8 a 7, depois de empate por 0 a 0 no tempo normal). A resposta? Um tímido aceno.
Antes disso, um abraço de boa sorte de Lugano, ex-companheiro de títulos e agora um dos seus comandados na tentativa de recolocar o time no caminho das glórias, que ficaram no passado.
Mas chegou a hora de olhar para frente, pensar o futuro… E quando a bola rolou nos Estados Unidos, Rogério Ceni se levantou. Com a mão esquerda no bolso e a direita livre, orientou a equipe. Gesticulou muito (coisa de técnico, né!?). E manteve postura serena quando Cueva perdeu o pênalti nos primeiros minutos da etapa inicial.
A cada dois ou três lances, um papo com Michael Beale, o inglês que é seu auxiliar. Até “médico” Ceni foi. Quando Rodrigo Caio ficou caído no gramado, o M1to colocou água na cabeça do camisa 3, que foi um misto de zagueiro e volante ao longo da partida.
Ceni aparentava tranquilidade com o domínio do São Paulo no primeiro tempo. Apesar disso, o Tricolor não conseguiu abrir o placar. Chavez e Luiz Araújo perderam as melhores oportunidades. Enquanto isso, o treinador aproveitou para orientar e corrigir o posicionamento do seu sistema defensivo. E na saída para o intervalo, combinou com Beale as alterações para a etapa final.
Nos últimos 45 minutos do tempo normal, a calma deu lugar à agitação. Ceni fez dez mudanças, deixando apenas o lateral Buffarini em campo. A queda no ritmo intenso mostrado na primeira etapa irritou o treinador, que deu um chute em placa de publicidade (!) após um erro de passe.
Na disputa por pênaltis, Ceni esteve bem participativo. Definiu rapidamente a lista de batedores e comemorou muito cada cobrança. Quando Wesley errou, não fechou a cara. Depois, quando Sidão defendeu o pênalti da vitória, fez questão de comemorar, entrar no gramado e dar um abraço no goleiro. Na saída de campo, cumprimentou todos os jogadores e foi embora feliz.
Mas atento, é claro. No sábado, às 21h, o São Paulo faz a final do Torneio da Florida, contra o Corinthians, em Orlando. Missão complicada logo no segundo jogo da temporada.
– É uma expectativa grande, porque é um clássico nacional, mesmo sendo jogado fora do país. Valendo título pode ser de qualquer coisa que é um jogo que sempre reverbera. Clássico, mesmo em pré-temporada, em um torneio que não muda nada na vida de ninguém, existe uma rivalidade natural. Mas que seja limpo – comentou Ceni, agora treinador.