Ceni destaca intensidade e pede time como ‘extensão da torcida’

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Atuação do São Paulo diante da Ponte Preta e forte concorrência no comando de ataque deixam o técnico empolgado para a sequência da temporada

São Paulo x Ponte Preta

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Voltar ao estádio onde morou no início da carreira, conquistou títulos e tornou-se mito não poderia ter cenário mais especial para Rogério Ceni. Ainda nos primeiros passos como treinador, o maior ídolo da história do São Paulo viu seu time transformar um jogo sofrido, com desvantagem no placar, em goleada por 5 a 2 com bom futebol e festa de mais de 50 mil torcedores.

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– Fico feliz por ter feito cinco e apresentado mais de 70% de posse de bola. E chutamos menos da metade do que contra o Osasco Audax (derrota por 4 a 2), mas dominamos 90% do jogo. Valeu foi a entrega dos meninos, com marcação alta durante praticamente o jogo todo. Nasci no futebol aqui. Morei aqui, passei por todas as dificuldades que me deram maturidade. E quando vejo o Morumbi cheio assim, conto para os meninos que um profissional que sobe do vestiário e vê isso se torna diferente. Caras que fazem isso por 100, 200 vezes, como Bruno, Lugano e Rodrigo, mostram que são diferentes. São extensões da torcida em campo, por isso precisam lutar até o último miniuto, porque o sonho de cada um na arquibancada era ser um dos 11. A alegria que proporcionamos a eles é algo que muda a semana de trabalho – exaltou.

Em seu reencontro com o Morumbi, Ceni viu o clube voltar a tocar a música Hells Bells, da banda australiana AC/DC, típica na reta final de sua carreira como jogador. A torcida ainda gritou que o agora técnico ainda “é o melhor goleiro do Brasil”, mesmo que ao tentar pegar a bola com a mão durante o jogo o Mito tenha a deixado passar por baixo das pernas.

– Sem luva fica difícil, hein? E a bola fica mais lisa com a chuva! Dá muita diferença. Foi um frango, sabia que vocês iam falar. Puta que pariu, vocês vão ficar passando, né? E já aconteceu muito nos treinos, viu? – brincou, sorridente.

Os olhos do comandante tricolor agora se voltam para o restante da temporada. Neste domingo, viu o volante Jucilei e o centroavante Lucas Pratto serem apresentados no Morumbi e espera que a dupla eleve o patamar de um elenco até aqui reduzido em opções de qualidade.

– Sempre acho muito importante o estímulo à concorrência. Temos Chavez, Gilberto e Pratto no ataque. No gol, temos Denis, Sidão e Renan. Tudo o que estimula concorrência eleva o nível de jogo de um time. Chavez fez dois gols na estreia, Gilberto decidiu Florida Cup, fez contra o Moto Club e hoje três gols. Com mais um jogador de altíssimo nível do Pratto e o retorno do Wellington Nem, ainda com Araújo e Neilton, que dão mais gás e explosão. Agora a chegada do Jucilei, que não sei a situação física ainda. O Pratto joga assim que o departamento jurídico der condição. O time vai ganhando corpo e volume. A gente começa a criar melhores expectativas – destacou.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Rogério Ceni:

Qual tempo foi melhor?
O primeiro foi bom, mas o início do segundo com dois gols de cara para definir a partida foi mais decisivo. No primeiro, mas o adversário ainda estava inteiro, todo na marcação, fechando o meio e obrigando a buscar opções. Depois recuamos o João Schmidt para fazer um 3-4-3 para poder atacar mais pelas pontas. Acabamos tomando um gol de contra-ataque, o que era sabido, mas jogamos sempre para frente e viramos de forma agressiva. Também colocamos contra o Audax, mas eles passaram as bolas entre nossas linhas. E o time de novo mostrou espírito de luta, virando o jogo hoje, contra o Audax buscou o empate. Gostei mais desse, claro, pelo placar expressivo a favor.

O desempenho físico surpreendeu, para marcar pressão o jogo todo?
​A chuva baixou a temperatura e assim rendemos mais. O sol caiu bastante, foram quase dez graus que caíram e a dinâmica do jogo muda. Contra o Audax era muito sol e calor. Na Florida, era inverno, com 20, 22 graus. A intensidade aumenta, como acontece na Europa com jogos quase a temporada toda abaixo de 20 graus. A solução é rodar jogador, especialmente no primeiro mês. Com sete partidas em 23 dias, se eu repito em quatro jogos algum, com exceção ao goleiro e zagueiros, ou ele cai de rendimento ou ele se lesiona. É isso o que estamos fazendo. Gilberto me surpreendeu aguentar, porque sofreu no Maranhão, mas os gols foram animando e dando força. Araújo fez função importante taticamente e foi muito bem. Eram poucas opções de frente no banco, mas jogamos bem. E agora teremos Pratto, Wellington Nem… E aí os jogadores começarão a ficar bravos comigo (risos).

Vai ser sempre agitado na beira do campo como foi hoje?
Queria que a área fosse maior, porque quero entrar no campo e atrapalhei o bandeira quase, até pedi desculpas. Gosto de jogar com meu time, ainda me imagino jogando e treino assim diariamente, fico atrás deles gritando e cantando as jogadas. Para que nos jogos eles possam falar entre si e não dependem de mim. E hoje não dependeram mesmo. Eles tiveram o mérito todo, o talento individual, as jogadas, foram fruto de treino deles e no dia de hoje. Nenhum jogador esteve abaixo da média hoje.

E a volta de Hells Bells, gostou?
​Tocou, né? Acho que em homenagem à minha volta e ao Pratto, que é rock’n’roll também. Se quiserem deixar, eu gosto, mas pode deixar o hino do São Paulo em rock também.