Equação da saída de Pratto: fatores que justificam a venda do argentino

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Necessidade financeira, manutenção da harmonia no elenco pelo clube e desejo de visibilidade do atleta pesam para negociação entre Galo e São Paulo ser definida

Por Fernando Martins Y Miguel e Maurício Paulucci – GloboEsporte.Com

Lucas Pratto Atlético-MG (Foto: Maurício Paulucci)

De olho em sequência na seleção argentina, Pratto
vê espaço reduzir no Galo (Foto: Maurício Paulucci)

Titularidade + Necessidade financeira + Harmonia no elenco = Venda de Pratto. No Atlético-MG, depois de ter começado o ano como reserva do atacante Fred e ter ouvido do técnico Roger Machado que os dois dificilmente jogariam juntos, Lucas Pratto percebeu que a mudança de ares seria a única alternativa para adquirir outra titularidade, essa mais sonhada: a da seleção argentina. Assim, o interesse do São Paulo passou a ser a grande alternativa para o argentino.

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Vendo os rivais pela camisa titular do ataque da albiceleste, como Aguero e Higuaín, sendo titulares pelos seus clubes, Manchester City, da Inglaterra, e Juventus, da Itália, respectivamente, Lucas Pratto vê a reserva no Galo como um grande obstáculo para alcançar o objetivo de ser titular da Argentina nos próximos jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo 2018.

Depois da derrota no clássico para o Cruzeiro, pela Primeira Liga, quando Pratto foi titular por conta da suspensão de Fred, Roger Machado resolveu mudar o esquema tático para tentar colocar os dois juntos na equipe. Porém, o treinador ainda aguarda a recuperação de Robinho, considerado titular absoluto do time.

Do lado do clube, a necessidade de se fazer um bom negócio por algum jogador do elenco é grande. Ainda mais depois do investimento do Atlético-MG na contratação do volante Elias, junto ao Sporting, de Portugal. O clube desembolsou 2,5 milhões de euros pelos direitos econômicos do jogador, de 31 anos.

E dos outros três reforços que o clube buscou para a temporada, o lateral Danilo, o zagueiro Felipe Santana e o volante Roger Bernardo, apenas o lateral-esquerdo teve investimento para chegar ao Atlético-MG. O Galo pagou cerca de R$ 600 mil pelos direitos do jogador, valor considerado baixo para os padrões de negócio do clube nos últimos anos.

Com jogadores renomados no elenco, como Victor, Leonardo Silva, Luan, Marcos Rocha, Fábio Santos, Rafael Carioca, Cazares, Robinho, Fred e Pratto, a folha salarial do clube ultrapassa os R$ 6 milhões. Apesar do crescimento considerável do programa de sócio-torcedor, o clube trabalha com a necessidade de venda de atletas ao final de cada temporada para manter o elenco competitivo e equilibrar as finanças.

Depois de recusar uma proposta que beirou os 16 milhões de euros, da China, ano passado, o presidente Daniel Nepomuceno esperava propostas da Europa e, novamente, do futebol chinês, em 2017. Mas a janela de transferências da Europa se encerrou em janeiro, sobrando apenas o mercado interno e a China.

Como Lucas Pratto adiantou em entrevista coletiva que não aceita jogar na China, principalmente neste momento em que disputa posição na seleção argentina, a diretoria atleticana viu a investida do São Paulo pelo jogador como uma alternativa de acertar a casa com o dinheiro oferecido pelo Tricolor e satisfazer o desejo de Pratto em não ser negociado para a Ásia nem ficar no elenco atleticano com a iminência de ser reserva de Fred.

Nos bastidores, especula-se que a oferta tricolor gira em torno de 6 milhões de euros por 50% dos direitos econômicos de Lucas Pratto. O Atlético-MG possui 70% dos direitos do atacante, o Vélez Sarsfield, da Argentina, 20% e um grupo investidor, 10%. O Galo manteria 20% dos direitos do atleta ao final da negociação.