Em 2016, ex-argentino do São Paulo estreou com três gols em dois jogos, depois ficou 11 sem marcar. Mentalidade ofensiva do técnico faz Pratto sonhar alto, sem jejum
Por Alexandre Lozetti – GloboEsporte.Com
São Paulo x São Bento Pratto (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
Argentino, um gol na estreia, dois no segundo jogo, musiquinha da torcida e uma legião de são-paulinos encantados por ele. Podia ser Calleri, mas é Pratto. Melhor em campo na vitória por 3 a 2 sobre o São Bento, o centroavante tem um início de trajetória semelhante ao do compatriota, que, no ano passado, virou ídolo no Morumbi.
Calleri estreou no segundo tempo do empate por 1 a 1 com o Cesar Vallejo, do Peru, na primeira fase da Libertadores de 2016. Fez o gol de empate, e, dias depois, marcou duas vezes na goleada por 4 a 0 sobre o Água Santa, no Pacaembu. Ambas de cabeça, exatamente como Pratto fez na terça-feira.
O ex-atleticano estreara com outro gol em jogo aéreo, no fim de semana, contra o Mirassol.
– O Pratto eleva o nível de competitividade, altera o patamar quando se pensa no nível de jogo. Ele é muito competitivo, talentoso e inteligente para jogar. Eleva muito o nível do time que eu tenho para jogar com um centroavante – elogiou o técnico Rogério Ceni.
A meta agora é não copiar a sequência de Calleri. Após o sucesso inicial, que acarretou no grito de “Toca no Calleri que é gol” das arquibancadas, o argentino ficou 11 rodadas sem marcar. Só quebrou o jejum diante do Botafogo-SP, num magro 1 a 0.
Como trunfo, Pratto tem a filosofia de jogo de Ceni. Se o time de Edgardo Bauza se caracterizava por jogos amarrados, de poucos gols a favor e contra, e as poucas chances criadas contribuíram para a seca de Calleri, a versão 2017 do São Paulo é bem diferente.
O time sofre gols, mas habitualmente tem feito mais. E o número de chances criadas é um bom motivo para acreditar que Pratto poderá manter seu início arrasador.
– É uma coragem e personalidade que eles têm para jogar. Os gols não são fruto unicamente dos atacantes, e sim de um sistema que joga em busca do gol a todo momento. Que se expõe, passa alguns sustos e sofre gols, mas é uma filosofia de jogo. Eu acredito bastante nela, e acho que a torcida e os jogadores sentem muito mais prazer em jogarem dessa forma – disse Ceni.
No próximo sábado, diante do Novorizontino, fora de casa, Rogério Ceni poderá manter Pratto ou então descansar o reforço para a volta de Gilberto, que, depois de fazer quatro gols e dar uma assistência em três jogos – Moto Club, Ponte Preta e Santos –, está há duas rodadas sem entrar.