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Pedro Cuenca
Você já deve ter ouvido falar de Giuliano Bertolucci, um dos principais empresário do futebol brasileiro. Você também deve saber que ele deixou de ser “parceiro” do São Paulo há algum tempo. O problema é que agora ele voltou com força e total conivência da atual diretoria. E por que falar disso? Porque ele pode causar um novo desmanche no elenco tricolor.
Bertolucci ganhou notoriedade agenciando diversos atletas importantes neste século. No São Paulo, porém, virou persona non-grata ao forçar, em 2009, a saída de Oscar do clube. Na época, o jogador era uma grande promessa e que já estava ganhando oportunidades no time titular.
Depois de muita confusão, Oscar ameaçou sair do clube, não quis jogar, não aceitou propostas e, curiosamente, foi anunciado pelo Internacional logo depois. E sem que o clube gaúcho pagasse nada, o que acabou mudando devido a uma decisão judicial pouco tempo depois. Foi Bertolucci, porém, que tirou um grande craque do São Paulo, virando assim um “inimigo” do clube. Outros atletas, como Casemiro, também quase deixaram o clube à época, mas optaram por continuar.
Pouco tempo depois, ele fez o mesmo com Lucas Piazon. O menino ainda despontava no sub-17 do São Paulo quando também não quis renovar, ameaçou não jogar e acabou sendo vendido para o Chelsea por uma quantia muito menor do que se esperava. Outro jovem que caiu no conto e agora está rodando a Europa por diversos clubes sem nunca se firmar, numa espécie de castigo pelo que fez com o São Paulo.
A questão é que, anos depois, Bertolucci voltou. E com força. Sua empresa se chama EuroExport, ou seja, só busca exportar jogadores para a Europa. No Tricolor, voltou agenciado atletas como Lucão, Auro, David Neres, Luiz Araújo e Lyanco. Ops, os últimos nomes te soam familiar? É porque eles estão na equipe principal e todos sendo negociados ao mesmo tempo.
Sim, Bertolucci foi quem tratou da negociação de David Neres para o Ajax. E assim, em um passe de mágica, o São Paulo se livrou de uma das suas maiores promessas da base por R$ 50 milhões. Luiz Araújo e Lyanco ainda podem sair nesta temporada, dando lucros para o Tricolor (e o empresário, claro), mas causando um rombo técnico no elenco. E tudo isso acontece porque o clube deixou que Bertolucci voltasse a andar livremente pelos corredores do Morumbi e de Cotia.
Mas em uma época estranha, com o clube fazendo negócios suspeitos, presidente sendo retirado do poder, crise política e eleições a caminho, não me espantaria se Giuliano Bertolucci fosse uma peça bem importante desse quebra-cabeça complicado de decifrar chamado São Paulo Futebol Clube.