Gazeta Esportiva
Esta quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017, não é uma quarta qualquer para o São Paulo, para seu torcedor e para o principal ídolo do clube. E o clássico de logo mais na Vila Belmiro não é o único motivo que torna o dia especial, pois foi justamente em um 15 de fevereiro, há exatos 20 anos, que Rogério Ceni começou a escrever um capítulo na sua própria história que também mudaria o rumo do clube se transformaria em algo inigualável até os dias de hoje.
Na ocasião, a partida não era contra o Santos, como a desta noite, e sim frente ao União São João. A competição era a mesma, o campeonato Paulista. O duelo já se encaminhava para o intervalo quando o volante Ricardo Lima derrubou o camisa 10 do Tricolor, o meia Adriano, na entrada da área. Rogério Ceni, então, atravessou o campo com a aval do técnico Muricy Ramalho para cobrar a falta.
Recém promovido à titularidade do gol do São Paulo, à época o jovem Rogério Ceni não se intimidou e bateu com convicção, no canto do goleiro. Foi o primeiro gol marcado por aquele que viria a se tornar um ícone no clube e um dos principais personagens do futebol brasileiro. Até hoje o já aposentado ex-camisa 1 lembra do feito no estádio Estádio Hermínio Ometto, em Araras, com orgulho.
“O primeiro gol foi um marco importante na minha carreira, mas infelizmente já passou muito tempo”, brinca. “Já se passaram 20 anos desde o gol daquele garoto que não sabia nem comemorar, para onde correr ou olhar. Foi um fato importante, porque permitiu que eu tivesse sequência a uma série de gols que ajudaram o São Paulo em muitas vitórias ao longo da minha carreira”, lembra Ceni.
O São Paulo venceu o jogo por 2 a 0, mas a notícia principal foi o primeiro gol de Rogério Ceni, o jovem goleiro são-paulino. Pode-se dizer, porém, que a cena só não foi tão surpreendente na ocasião porque já existia uma expectativa por aquele momento. Foram seis meses de aperfeiçoamento, eram quase 100 faltas cobradas a cada treino e, antes de estufar as redes do União São João, Ceni já havia tido quatro oportunidades, todas sem sucesso, apesar de uma delas ter acertado o travessão do Flamengo em pleno Maracanã.
“Quando você cobra três, quatro ou cinco faltas e não faz o gol, vem o questionamento. E poder marcar logo no começo da minha trajetória, em fevereiro, foi importante para ter esta continuidade. Se não tivesse existido o primeiro gol, talvez não existiriam os 131 que marquei durante a minha carreira, ou quem sabe também não cobraria mais faltas. Por isso foi um gol importante”, explica Rogério Ceni.
Agora técnico do São Paulo, o Mito, como é chamado pelos fãs, tem a chance de comemorar o aniversário de 20 anos de seu primeiro gol levando sua equipe a uma vitória no clássico contra o Santos, na Vila Belmiro. Aliás, coincidência ou não, a última vitória do Tricolor na Baixada sobre o Peixe aconteceu justamente depois de um gol de falta de Rogério Ceni, em 2009.