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Volante está no último ano do curso de Administração na FAAP, na capital paulista, mas sabe que rotina no elenco profissional pode fazer a formatura ficar para depois
Em 2016, Araruna concluiu a formação como atleta no São Paulo e recebeu até diploma no CFA Laudo Natel, em Cotia. Para este ano, a ideia era se formar também no curso de Administração, mas o chamado de Rogério Ceni para integrar o elenco profissional pode adiar as pretensões acadêmicas. Nada que desespere o aluno da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
– Estou no último ano de Administração na faculdade, gosto muito de ler, mas tenho vergonha de falar aqui (em entrevista coletiva). Agora ficou mais difícil de levar, mas tenho falado com professores e diretores para tentar alinhar e conciliar com o futebol. Tem um limite de presença que eu preciso ter. Espero conseguir tocar, mas o foco está no futebol. Na faculdade um outro vem falar sobre minha carreira, mas na hora de passar nas matérias não conta muito ser são-paulino (risos) – contou o meio-campista.
Falar pela primeira vez com os jornalistas na sala de imprensa do CT da Barra Funda deixou Araruna apreensivo, apesar do bom trato com as palavras. Conforme a tensão foi diminuindo e o raciocínio ficando mais claro, projetou o encontro de sábado, às 19h30, com dois velhos amigos. O zagueiro Tormena e o volante Banguelê estão emprestados para o Novorizontino, rival do Tricolor na sexta rodada do Campeonato Paulista.
– Enfrentar os meninos do Novorizontino vai ser bom. A gente sempre torce por eles, independentemente de onde eles estejam. Vai ser emocionante encontrar companheiros de uma vida inteira na base em outro clube. Vai ser muito bom mesmo – disse, com animação.
A tendência é que Araruna, inclusive, seja titular em Novo Horizonte, ocupando a vaga do suspenso Cícero. Lucas Fernandes e Jucilei – apenas se a diretoria conseguir regularizá-lo – são outras opções para Rogério Ceni.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Araruna:
Acredita que o time esteja levando gols demais?
Essa questão de levar muitos gols é relativa. A gente tem muito mais posse de bola, finalizações e escanteios, então é só adaptação à filosofia do Rogério. Os erros têm sido pontuais e estão sendo corrigidos nos treinos. Claro que vamos tentar fazer o time tomar menos gols, mas a filosofia de atacar é a mesma.
Então a cobrança é exagerada sobre a defesa?
A cobrança aqui sempre vai ser enorme, maior do que a dos outros pelo tamanho do clube e necessidade de títulos. A cobrança é forte, mas é justa, então precisamos treinar para tomar menos gols e fazer mais.
Como se firmar como profissional, sem se deslumbrar com fama e dinheiro?
Na base a gente tem diversos obstáculos que fazem a gente chegar aqui mais maduro e encarar isso de uma forma mais tranquila e que flua melhor. São campeonatos de nível superior, como Libertadores, Copa do Brasil, e lá a gente trabalha para chegar prontos a essa oportunidade. E quando estamos aqui, tentamos fazer nosso melhor. Fama e dinheiro são coisas secundárias. O sonho de jogar vem da base e nos preparamos para esse momento.